Por João Florindo Batista
Segundo
Na
sua gênese, as Ciências Humanas procuraram praticar a metodologia
experimental/matemática da ciência, assumindo os pressupostos ontológicos e
epistemológicos do Positivismo. Mas as peculiaridades do modo de ser humano
foram mostrando a complexidade do fenômeno humano e a insuficiência da
metodologia positivista para sua apreensão e explicação. (p. 112)
[Para
o funcionalismo] Toda atividade social e cultural é funcional, ou seja,
desempenha” uma função determinada. Por isso, o papel das Ciências Humanas é o
de identificar objetivamente essas relações funcionais, descrevendo seus
processos e explicitando suas articulações no interior da sociedade. (p. 113)
Assim,
o grande pressuposto do Estruturalismo é que todo sistema constitui um jogo de
oposições, de presenças e ausências, formando urna estrutura, constituindo uma
estrutura e gerando uma interdependência entre as partes, [...]. (p. 113)
A
investigação antropológica, subjacente às Ciências Humanas, conduzida sob a
inspiração hermenêutica, pressupõe que toda a realidade da existência humana se
manifesta expressa sob uma dimensão simbólica. (p. 115)
Daí
ser preferível falar-se de abordagem quantitativa, de abordagem
qualitativa, pois, com estas designações, cabe referir-se a conjuntos de
metodologias, envolvendo, eventualmente, diversas referências epistemológicas.
(p. 119)
A
pesquisa etnográfica visa compreender, na sua cotidianidade, os processos do
dia-a-dia em suas diversas modalidades. [...] Aplica métodos e técnicas
compatíveis com a abordagem qualitativa. Utiliza-se do método etnográfico, descritivo
por excelência. (p. 119)
[Pesquisa
participante] É aquela em que o pesquisador, para realizar a observação dos
fenômenos, compartilha a vivência dos sujeitos pesquisados, participando, de
forma sistemática e permanente, ao longo do tempo da pesquisa, das suas
atividades. (p. 120)
A
pesquisa ação é aquela que, além de compreender, visa intervir na situação, com
vistas a modificá-la. O conhecimento visado articula-se a uma finalidade
intencional de alteração da situação pesquisada. (p. 120)
[Estudo
de caso] Pesquisa que se concentra no estudo de um caso particular, considerado
representativo de um conjunto de casos análogos, por ele significativamente
representativo. (p. 121)
[Análise
de conteúdo] É uma metodologia de tratamento e análise de informações constantes
de um documento, sob forma de discursos pronunciados em diferentes linguagens:
escritos, orais, imagens, gestos. (p. 121)
A
pesquisa bibliográfica é aquela que.se realiza a partir do registro
disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como
livros, artigos, teses etc. (p. 122)
No
caso da pesquisa documental, tem-se como fonte documentos no sentido
amplo, ou seja, não só de documentos impressos, mas sobretudo de outros tipos
de documentos, [...]. (p. 122)
Já
a pesquisa experimental toma o próprio objeto em sua concretude como
fonte e o coloca em condições técnicas de observação e manipulação experimental
nas bancadas e pranchetas de um laboratório, onde são criadas condições
adequadas para seu tratamento. (p. 123)
Na
pesquisa de campo, o objeto/fonte é abordado em seu meio ambiente
próprio. A coleta dos dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos
ocorrem, sendo assim diretamente observados, sem intervenção e manuseio por
parte do pesquisador. (p. 123)
A
pesquisa exploratória busca apenas levantar informações sobre um
determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as
condições de manifestação desse objeto. Na verdade, ela é uma preparação para a
pesquisa explicativa. (p. 123)
A
pesquisa explicativa é aquela que, além de registrar e analisar os
fenômenos estudados, busca identificar suas causas, seja através da aplicação
do método experimental/matemático, seja através da interpretação possibilitada
pelos métodos qualitativos. (p. 123)
DOCUMENTAÇÃO
É toda forma de registro e sistematização de dados, informações, colocando-os
em condições de análise por parte do pesquisador. (p. 124)
ENTREVISTA
Técnica de coleta de informações sobre um determinado assunto, diretamente
solicitadas aos sujeitos pesquisados. (p. 124)
ENTREVISTAS
NÃO-DIRETIVAS Por meio delas, colhem-se informações dos sujeitos a partir do
seu discurso livre. (p. 125)
ENTREVISTAS
ESTRUTURADAS São aquelas em que as questões são direcionadas e previamente
estabelecidas, com determinada articulação interna. (p. 125)
HISTÓRIA
DE VIDA Coleta as informações da vida pessoal de um ou vários informantes. (p.
125)
OBSERVAÇÃO
É todo procedimento que permite acesso aos fenômenos estudados. (p. 125)
O
projeto de pesquisa, como planejamento das atividades a serem desenvolvidas,
possibilitará ao pesquisador impor-se uma disciplina de trabalho não só a
respeito da ordem dos procedimentos lógicos e metodológicos mas também em
termos de organização e distribuição do tempo. (p. 129)
Fontes,
procedimentos e. etapas: nesta etapa, devem ser anunciadas as fontes
(empíricas, documentais, bibliográficas) com que o pesquisador conta para a
realização da pesquisa e os procedimentos metodológicos e técnicos que
usará, deixando bem claro como é que vai proceder. (p. 131)
Quando
se fala aqui de documentação, refere-se à tomada de apontamentos durante
a leitura de consulta e pesquisa. Esses apontamentos servem de matéria-prima
para o trabalho e funcionam como um primeiro estágio de rascunho. (p. 146)
As
subdivisões dos tópicos do plano lógico, os itens, seções, capítulos etc.
surgem da exigência da logicidade e da necessidade de clareza e não de um
critério puramente espacial. (p. 149)
Em
trabalhos científicos, impõe-se um estilo sóbrio e preciso, importando mais a
clareza do que qualquer outra característica estilística. (p. 151)
REFERÊNCIA:
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007. p. 110-151.
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