quarta-feira, 15 de junho de 2022

FICHAMENTO DE “METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO”

 


Por João Florindo Batista Segundo

 

Na sua gênese, as Ciências Humanas procuraram praticar a metodologia experimental/matemática da ciência, assumindo os pressupostos ontológicos e epistemológicos do Positivismo. Mas as peculiaridades do modo de ser humano foram mostrando a complexidade do fenômeno humano e a insuficiência da metodologia positivista para sua apreensão e explicação. (p. 112)

 

[Para o funcionalismo] Toda atividade social e cultural é funcional, ou seja, desempenha” uma função determinada. Por isso, o papel das Ciências Humanas é o de identificar objetivamente essas relações funcionais, descrevendo seus processos e explicitando suas articulações no interior da sociedade. (p. 113)

 

Assim, o grande pressuposto do Estruturalismo é que todo sistema constitui um jogo de oposições, de presenças e ausências, formando urna estrutura, constituindo uma estrutura e gerando uma interdependência entre as partes, [...]. (p. 113)

 

A investigação antropológica, subjacente às Ciências Humanas, conduzida sob a inspiração hermenêutica, pressupõe que toda a realidade da existência humana se manifesta expressa sob uma dimensão simbólica. (p. 115)

 

Daí ser preferível falar-se de abordagem quantitativa, de abordagem qualitativa, pois, com estas designações, cabe referir-se a conjuntos de metodologias, envolvendo, eventualmente, diversas referências epistemológicas. (p. 119)

 

A pesquisa etnográfica visa compreender, na sua cotidianidade, os processos do dia-a-dia em suas diversas modalidades. [...] Aplica métodos e técnicas compatíveis com a abordagem qualitativa. Utiliza-se do método etnográfico, descritivo por excelência. (p. 119)

 

[Pesquisa participante] É aquela em que o pesquisador, para realizar a observação dos fenômenos, compartilha a vivência dos sujeitos pesquisados, participando, de forma sistemática e permanente, ao longo do tempo da pesquisa, das suas atividades. (p. 120)

 

A pesquisa ação é aquela que, além de compreender, visa intervir na situação, com vistas a modificá-la. O conhecimento visado articula-se a uma finalidade intencional de alteração da situação pesquisada. (p. 120)

 

[Estudo de caso] Pesquisa que se concentra no estudo de um caso particular, considerado representativo de um conjunto de casos análogos, por ele significativamente representativo. (p. 121)

 

[Análise de conteúdo] É uma metodologia de tratamento e análise de informações constantes de um documento, sob forma de discursos pronunciados em diferentes linguagens: escritos, orais, imagens, gestos. (p. 121)

 

A pesquisa bibliográfica é aquela que.se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. (p. 122)

 

No caso da pesquisa documental, tem-se como fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não só de documentos impressos, mas sobretudo de outros tipos de documentos, [...]. (p. 122)

 

Já a pesquisa experimental toma o próprio objeto em sua concretude como fonte e o coloca em condições técnicas de observação e manipulação experimental nas bancadas e pranchetas de um laboratório, onde são criadas condições adequadas para seu tratamento. (p. 123)

 

Na pesquisa de campo, o objeto/fonte é abordado em seu meio ambiente próprio. A coleta dos dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados, sem intervenção e manuseio por parte do pesquisador. (p. 123)

 

A pesquisa exploratória busca apenas levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto. Na verdade, ela é uma preparação para a pesquisa explicativa. (p. 123)

 

A pesquisa explicativa é aquela que, além de registrar e analisar os fenômenos estudados, busca identificar suas causas, seja através da aplicação do método experimental/matemático, seja através da interpretação possibilitada pelos métodos qualitativos. (p. 123)

 

DOCUMENTAÇÃO É toda forma de registro e sistematização de dados, informações, colocando-os em condições de análise por parte do pesquisador. (p. 124)

 

ENTREVISTA Técnica de coleta de informações sobre um determinado assunto, diretamente solicitadas aos sujeitos pesquisados. (p. 124)

 

ENTREVISTAS NÃO-DIRETIVAS Por meio delas, colhem-se informações dos sujeitos a partir do seu discurso livre.  (p. 125)

 

ENTREVISTAS ESTRUTURADAS São aquelas em que as questões são direcionadas e previamente estabelecidas, com determinada articulação interna. (p. 125)

 

HISTÓRIA DE VIDA Coleta as informações da vida pessoal de um ou vários informantes. (p. 125)

 

OBSERVAÇÃO É todo procedimento que permite acesso aos fenômenos estudados. (p. 125)

 

O projeto de pesquisa, como planejamento das atividades a serem desenvolvidas, possibilitará ao pesquisador impor-se uma disciplina de trabalho não só a respeito da ordem dos procedimentos lógicos e metodológicos mas também em termos de organização e distribuição do tempo. (p. 129)

 

Fontes, procedimentos e. etapas: nesta etapa, devem ser anunciadas as fontes (empíricas, documentais, bibliográficas) com que o pesquisador conta para a realização da pesquisa e os procedimentos metodológicos e técnicos que usará, deixando bem claro como é que vai proceder. (p. 131)

 

Quando se fala aqui de documentação, refere-se à tomada de apontamentos durante a leitura de consulta e pesquisa. Esses apontamentos servem de matéria-prima para o trabalho e funcionam como um primeiro estágio de rascunho. (p. 146)

 

As subdivisões dos tópicos do plano lógico, os itens, seções, capítulos etc. surgem da exigência da logicidade e da necessidade de clareza e não de um critério puramente espacial. (p. 149)

 

Em trabalhos científicos, impõe-se um estilo sóbrio e preciso, importando mais a clareza do que qualquer outra característica estilística. (p. 151)

 

REFERÊNCIA:

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007. p. 110-151.

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