quarta-feira, 14 de junho de 2023

VIKĀRI

 



Bhagavad-Gītā Como Ele É, comentário a 2.8

 

Edição de 1972 (p. 82):

 

They are seeking peace in different ways, but they ean achieve real happiness only if they consult Kṛṣṇa, or the Bhagavad-gītā and Śrīmad-Bhāgavatam-which constitute the science of Kṛṣṇa- or the bona fide representative of Kṛṣṇa, the man in Kṛṣṇa consciousness.

 
 

Edição em português de 1976 (p. 47):

 

Eles buscam a paz de diferentes maneiras, mas só poderão conseguir felicidade verdadeira se consultarem Kṛṣṇa, o Bhagavad-gītā e o Śrīmad-Bhāgavatam — que constituem a ciência de Kṛṣṇa — ou o representante genuíno de Kṛṣṇa, o homem em consciência de Kṛṣṇa.

 
 

Vedabase em inglês:

 

They are seeking peace in different ways, but they can achieve real happiness only if they consult Kṛṣṇa, or the Bhagavad-gītā and Śrīmad-Bhāgavatam – which constitute the science of Kṛṣṇa – through the bona fide representative of Kṛṣṇa, the man in Kṛṣṇa consciousness.

 
 

Vedabase em português:

 

Eles estão procurando a paz de modos diferentes, mas só poderão alcançar a felicidade verdadeira se consultarem Kṛṣṇa ou o Bhagavad-gītā e o Śrīmad-Bhāgavatam — que constituem a ciência de Kṛṣṇa — através do representante genuíno, o homem em consciência de Kṛṣṇa.

 
 

Edição em português de 2017 (p. 75):

 

Eles estão procurando paz de diferentes maneiras, mas somente podem alcançar verdadeira felicidade se, através do representante genuíno de Kṛṣṇa, o homem em consciência de Kṛṣṇa, consultarem Kṛṣṇa, ou o Bhagavad-gītā e o Śrīmad-Bhāgavatam — que constituem a ciência de Kṛṣṇa.

 
 
REFERÊNCIAS:
PRABHUPĀDA, A. C. Bhaktivedanta Swami. Bhagavad-gītā as it is. With original Sanskrit text, Roman transliteration, English equivalents, translation and elaborate purpots. Nova York: Collier Books, 1972. p. 82.
 
PRABHUPĀDA, A. C. Bhaktivedanta Swami. Bhagavad-gītā como ele é. 1. ed. São Paulo: The Bhaktivedanta Book Trust, 1976. p. 47.
 
PRABHUPĀDA, A. C. Bhaktivedanta Swami. Bhagavad-gītā como ele é. 7. ed. Pindamonhangaba: The Bhaktivedanta Book Trust, 2017. p. 75.
 
PRABHUPĀDA, A. C. Bhaktivedanta Swami. Bhagavad-gītā as it is. Disponível em: https://vedabase.io/en/library/bg/2/advanced-view/. Acesso em: 13 jun. 2023.
 
PRABHUPĀDA, A. C. Bhaktivedanta Swami. Bhagavad-gītā como ele é. https://vedabase.io/pt-br/library/bg/2/advanced-view/. Acesso em: 13 jun. 2023.

domingo, 11 de junho de 2023

"A VIDA SECRETA DAS ÁRVORES” – PARTE 2

 


 

Por Peter Wohlleben

  

Para chegar a essa conclusão, os cientistas avaliaram cerca de 700 mil árvores de todos os continentes. O resultado foi surpreendente: quanto mais velha a árvore, mais rápido ela cresce. Assim, árvores com 1 metro de diâmetro de tronco produziam três vezes mais biomassa do que espécimes que tinham apenas metade dessa largura. Portanto, no caso das árvores, ser velha não significa ser fraca, curvada e frágil. Pelo contrário: as árvores idosas são eficientes e cheias de energia. São claramente mais produtivas que as jovens, além de importantes aliadas do homem na mudança climática.

 

Se quisermos usar as florestas para combater a mudança climática, precisaremos deixá-las envelhecer, como exigem as grandes organizações de proteção à natureza.

 

Estudantes da Universidade RWTH Aachen descobriram a diferença de temperatura entre uma mata ensolarada de coníferas e uma antiga mata natural de faias dentro da nossa floresta. Em um dia quente de agosto (verão no hemisfério Norte) no qual o termômetro marcava 37º C, o chão da floresta de frondosas estava cerca de 10 graus mais frio do que o da floresta de coníferas, a poucos quilômetros de distância. Esse resfriamento, que reduz a evaporação de água, é causado pelas sombras das frondosas, mas, sobretudo, pela biomassa da mata de faias.

Quanto mais madeira viva ou morta tem uma floresta, mais espessa é a camada de húmus do solo e mais água é armazenada. A evaporação leva ao resfriamento, que por sua vez reduz a evaporação.

Ela [Anastassia Makarieva, do Instituto de Física Nuclear de São Petersburgo, na    Rússia] e seu grupo realizaram pesquisas em diferentes florestas espalhadas pelo mundo e chegaram sempre às mesmas conclusões: na floresta tropical ou na taiga siberiana, eram as árvores que transportavam a umidade necessária à vida para o interior do continente.

Também descobriram que o processo inteiro é interrompido quando as florestas costeiras são desmatadas. É como se alguém removesse os tubos de sucção de água de uma bomba elétrica. No Brasil, as consequências já começaram a surgir: o nível de umidade da Floresta Amazônica está cada vez mais baixo. A Europa Central, a cerca de 600 quilômetros da costa, ainda faz parte da área de alcance da bomba de sucção, e felizmente ainda existem florestas na região, apesar de sua área já ter diminuído bastante.

As florestas de coníferas do hemisfério Norte têm outra forma de influenciar o clima e o equilíbrio hídrico: exalando terpenos, substâncias que funcionam originalmente como proteção contra doenças e parasitas. Quando essas moléculas entram na atmosfera, concentram a umidade. Com isso, formam-se nuvens duas vezes mais densas do que em superfícies sem florestas.

 

Já as formigas adoram o sumo açucarado que o pulgão excreta e o tomam assim que ele sai do animal. Para acelerar o processo, as formigas o estimulam com as antenas. E, para que nenhum outro predador tenha a ideia de simplesmente devorar as valiosas colônias de pulgões, as formigas os protegem, desenvolvendo uma verdadeira criação de insetos nas copas. E o que as formigas não conseguem explorar não é desperdiçado. A película adocicada que cobre a vegetação ao redor da árvore é rapidamente ocupada por fungos e bactérias, mofa e ganha uma coloração negra.

 

Você verá que o câmbio é levemente resinoso, tem sabor parecido com o da cenoura e é bastante nutritivo. Os besouros escolitídeos concordam, por isso perfuram a casca e botam ovos perto dessa fonte de energia. Assim, bem protegidas dos inimigos, as larvas podem comer até se satisfazerem. Para se proteger o abeto produz terpenos e substâncias fenólicas, podendo até matar o besouro (mesmo quando não mata o inseto, ele acaba grudado nas gotas de resina).

 

Plantas que não são verdes não contêm clorofila, por isso não realizam a fotossíntese. Portanto, precisam de ajuda externa: acessam a micorriza (a associação entre o micélio de certos fungos e as raízes de árvores, que envolve a troca de nutrientes entre as espécies) e, como não precisam de luz, vivem até nas matas de abetos mais escuras, onde interceptam parte dos nutrientes que fluem entre fungos e árvores.

 

Na hora de escolher a espécie de árvore, os cervos e as corças procuram a mais rara da região, talvez porque o aroma da casca funcione como um perfume exótico. Os humanos raciocinam de forma semelhante: o que é raro provoca desejo.

 

As corujas não cabem nos buracos de pica-pau, por isso precisam esperar alguns anos para ocupá-los. Nesse período a árvore se decompõe e a abertura cresce. É comum algumas árvores terem um rastro de furos próximos uns dos outros, que acabam se juntando e acelerando o processo. São originalmente construídos por pica-paus, que fazem da árvore uma espécie de “prédio de apartamentos”.

A árvore tenta se defender como pode, porém a essa altura já é tarde demais para agir contra os fungos, pois as portas estão abertas para eles há anos. Mesmo assim ela pode estender consideravelmente sua expectativa de vida se ao menos controlar os ferimentos externos. Com isso, continua se decompondo por dentro, mas permanece estável, como um cano oco, e ainda pode viver mais 100 anos.

 

Um dos motivos para a interrupção é a água, que deve estar líquida para que a árvore possa trabalhar. Se seu “sangue” congela, seus sistemas param de funcionar e ela pode até sofrer danos graves (por exemplo, caso a madeira esteja muito úmida, o congelamento pode fazê-la simplesmente estourar, como acontece com um cano). Por isso, ainda no auge do verão a maioria das espécies começa a reduzir sua umidade e, com isso, as atividades. Porém, dois motivos as impedem de interromper por completo as atividades no inverno: primeiro, elas usam os últimos dias quentes do fim do verão para encher os tanques de energia (desde que não sejam parentes das cerejeiras); segundo, a maioria das espécies precisa transportar os nutrientes que estão nas folhas para o tronco e as raízes.

 

Tem sentido formar até 1 milhão de folhas novas todo ano para usá-las apenas por alguns meses e em seguida se dar o trabalho de jogá-las fora? A evolução responde que vale a pena, sim, pois, quando as frondosas se desenvolveram há 100 milhões de anos, as coníferas já existiam havia 170 milhões de anos. Ou seja, em comparação, as frondosas são recentes. Assim, no outono seu comportamento tem muito sentido, pois ao desfolhar elas evitam os efeitos de uma força devastadora: as tempestades de inverno.

Quando os ventos fortes começam a soprar nas florestas a partir do meio do outono, muitas árvores passam a correr risco de vida. Acima de 100 km/h os ventos podem derrubar árvores grandes, velocidade que em certos anos é alcançada toda semana. As chuvas de outono amolecem o solo, que, enlameado, não proporciona muita base de apoio às raízes.    A tempestade pode atingir um tronco adulto com força de aproximadamente 200 toneladas. A árvore que estiver mal preparada não suportará a pressão e cairá.

 

Dessa forma, basta uma leve brisa para que as folhas caiam e a árvore possa descansar e se recuperar dos esforços da estação anterior. Quando isso não acontece a árvore sofre privação de sono, e, assim como acontece com o homem, isso põe sua vida em risco. Por isso os carvalhos e as faias plantados em vasos não sobrevivem em uma sala de estar.

 

Enquanto muitas espécies se esforçam para ter uma vida austera, amieiros, freixos e sabugueiros esbanjam. Descartam as folhas ainda verdes e não contribuem em nada para o colorido das florestas no outono. Ou seja: as árvores que mudam de cor no outono são mais comedidas? Não é bem assim. Os tons de amarelo, laranja e vermelho surgem quando a clorofila é retirada da folhagem e armazenada na árvore, mas os carotenoides e antocianos (substâncias que determinam essas colorações nas folhas) também acabam sendo decompostos. O carvalho, por exemplo, é uma espécie tão econômica que guarda tudo o que pode e elimina apenas as folhas marrons. Já as faias perdem folhas de tonalidade marrom e amarelada, ao passo que as cerejeiras perdem folhas vermelhas.

 

No entanto, as árvores precisam ter noção de tempo não apenas para a folhagem. Esse conhecimento é igualmente importante para a procriação. Se a semente cair no solo durante o outono, não conseguirá germinar de imediato, pois enfrentará dois problemas: por um lado, as mudas sensíveis não conseguem lignificar e acabam congelando.   Por outro, no inverno cervos e corças quase não encontram o que comer, por isso atacam os brotos verdes e frescos. O ideal é que nasçam na primavera, com todas as outras espécies. Logo, pode-se concluir que as sementes registram mudanças de temperatura, e seus brotos só se atrevem a sair da casca quando há períodos de calor prolongados após o frio.

 

 

REFERÊNCIA:
WOHLLEBEN, Peter. A vida secreta das árvores. Tradução de Petê Rissatti. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. E-book. Trechos selecionados. Grifos nossos.

quinta-feira, 8 de junho de 2023

PRINCIPAIS TÓPICOS VÉDICOS

 


 

Por João Florindo Batista Segundo


Sob a ótica da sampradaya Gauḍīya Vaiṣṇava
 

Preâmbulo:

1 – A alma é imortal e co-eterna com Deus.

2 – A alma reencarna inúmeras vezes, sob diversas formas de vida (vegetal, animal, semideus etc), conforme seu karma.

3 – Há milhares de universos paralelos: enquanto uns surgem, outros são aniquilados.

4 – Os elementos de um universo aniquilado são empregados na constituição de um novo universo.

5 – Em todos os universos há bilhões de planetas, habitados por diferentes formas de vida.

6 – Todos esses planetas são temporários e neles não há felicidade permanente.

7 – Todas os seres encarnados adoecem, envelhecem e morrem.

8 – Há um mundo espiritual para além dos universos.

9 – O mundo espiritual é um lugar fora da influência do tempo.

10 – O objetivo da prática espiritual é adorar a Deus; por consequência, a alma pode ser encaminhada ao mundo espiritual e parar de reencarnar.

11 – No mundo espiritual, a alma terá uma existência inteiramente espiritual, livre do corpo físico e do corpo sutil.



I – sobre Deus:
 

Os 03 sujeitos e os respectivos predicados (as 03 fases de compreensão da Verdade Absoluta):

1 – Brahman impessoal – refulgência deslumbrante; espírito impessoal todo-penetrante;

2 – Paramātma localizado – manifestação parcial; aspecto localizado do Supremo dentro do coração de todas as entidades vivas;

3 – Bhagavān – Suprema Personalidade de Deus; forma original, o Senhor Kṛṣṇa.

 

As 02 modalidades de formas de manifestação do Senhor Supremo:

1 – prakāśā – são exatamente como a forma dEle (ex: casamento com 16.000 rainhas em Dvārakā, dança de rāsa);

2 – vilāsa – com aspectos físicos diferentes da Suprema Personalidade (ex: Brahmā, Nārāyana de quatro mãos).

 

As 06 opulências de Kṛṣṇa:

1 – toda a riqueza;

2 – toda a força;

3 – toda a fama;

4 – toda a beleza;

5 – todo o conhecimento;

6 – toda a renúncia.


As encarnações do Senhor:

1 – Os 04 Kumāras, filhos solteiros de Brahmā;

2 – Sukara, o javali;

3 – Devarṣi Nārada, sábio;

4 – Nara e Nārāyana, filhos gêmeos da espora do rei Dharma;

5 – Kapila, autor da filosofia Sāṅkhya;

6 – Dattātreya, filho do sábio Atri;

7 – Yajña, filho de Prajāpati Ruci e Ākūti;

8 - Ṛṣabha, filho do rei Nābhi e Merudevī, também rei;

9 - Pṛthu, rei;

10 – Mātsya, peixe;

11 – Kūrma, tartaruga;

12 – Dhanvantari;

13 – Mohinī, mulher;

14 - Nṛsiṁha, homem-leão;

15 – Vāmana, brāhmaṇa anão;

16 - Bhṛgupati (Paraśurāma);

17 – Śri Vyāsadeva, filho de Satyavatī e Parāśara Muni;

18 – Rāma, rei;

19 – Balarāma;

20 – Kṛṣṇa;

21 – Buddha Deva, filho de Añjanā, na província de Gayā;

22 – Kalki, filho de Viṣṇu Yāśa, da aldeia de Śambhala.

(SB 1.3.6-25, p. 166-189)

 

Aspectos da Suprema Personalidade de Deus:

1 – sat – existência eterna;

2 – cit – conhecimento eterno;

3 – ananda – bem-aventurança eterna; e

4 – vigraha – forma completa.

(Brahma-saṁhita 5.1)

 

As 03 categorias de manifestação da Potência da Suprema Personalidade de Deus (segundo os Upaniṣads):

1 – antaraṇgā-śakti – interna – Sua morada transcendental e os planetas espirituais;

2 – taṭasthā-śakti – as jīvas;

3 – bahiraṇgā-śakti, māyā-śakti, pradhāna – o mundo material.

 

As categorias de avatāras:

1 - puruṣāvatāras – responsáveis pela origem do universo;

2 – guṇāvatāras – responsáveis pelas gunas;

3 – līlāvatāras – responsáveis por līlās (passatempos), que atraem as almas condicionadas;

4 – sākty-āveśāvatāras – ex: Buda.

 

As 03 classes de energias (consortes) do Senhor Supremo:

1 – As Lakṣmīs em Vaikuntha;

2 – As rainhas em Dvārakā;

3 – As gopīs em Vṛndāvana.

 
 
II – sobre o universo:
 

Os 03 aspectos do puruṣa-avatāra (o puruṣa fecunda a prakṛti, natureza):

1 – Kāraṅodakaśāyī Viṣṇu – cria os componentes materiais agregados no mahat-tattva;

2 – Garbhodakaśāyī Viṣṇu – entra em todos e em cada universo;

3 – Kṣirodakaśāyī Viṣṇu – o Paramātma de todos os objetos materiais, orgânicos e inorgânicos.

 

Os Manus:

Em cada dia da vida de Brahmā há 14 Manus.

Um dia corresponde a 4.300.000 x 1.000 anos.

420 Manus em um mês de Brahmā.

5.040 Manus em um ano de Brahmā.

Como Brahmā vive 100 anos, logo, são 504.000 Manus durante a duração de Sua vida.

 

Duração da vida de Brahmā:

Uma divya-yuga perfaz 4.320.000 anos

1000 divya-yugas equivalem a 1 kalpa, um dia de Brahmā

1000 divya-yugas = 1.000 x 4.320.000 = 4.320.000.000 anos

Logo, os 100 anos de vida de Brahmā correspondem a 311.040.000.000 anos solares.

 

As 04 yugas (eras de um universo):

1 – Satya (1.728.000 anos)

2 – Tretā (1.296.000 anos)

3 – Dvāpara (864.000 anos)

4 – Kali (432.000 anos).

Uma divya-yuga = 4.320.000 anos

 

Os 24 elementos/ingredientes da matéria:

1 – a energia material total – mahat-tattva;

2 – o falso ego – ahaṇkāra;

3 – a mente – manas;

4 – a natureza material – prakṛti;

05 elementos sutis (pañca-tanmātras)

5– o som – śabda;

6 – o tato – sparśa;

7 – a forma – rūpa;

8 – o gosto – rasa;

9 – o cheiro – gandha;

05 elementos grosseiros (pañca-mahābhūtas)

10 – a terra – prthvi;

11 – a água – jala;

12 – o fogo – tejas;

13 – o ar – vāyu;

14 – o céu – ākāśa;

05 órgãos dos sentidos (pañca-jñānendriya)

15 – o olho – caksus;

16 – o ouvido – śrotra;

17 – a narina – ghrāna;

18 – a língua – rasana;

19 – a pele – tvāk;

05 órgãos motores (pañca-karmendriya)

20 – a mão – pāni;

21 – a perna – pāda;

22 – o órgão de evacuação – pāyu;

23 – os órgãos genitais – upasthā;

24 – a fala – vāk.

 

(SB 10.13.52)

 

As 03 constituintes de prakṛti (as 03 gunas):

1 – sattva – bondade e transparência; conhecimento, felicidade e adesão ao dever; representa os brāhmaṇas; alimentos vegetarianos e frescos; leva aos planetas mais elevados.

2 – rajas – paixão e desejo; adesão ao dever por seus frutos ou algum ganho ulterior; combinado com mais bondade representa a classe governante; combinado com menos bondade, representa a classe mercantil e agrícola; alimentos vegetarianos que agitam os sentidos (apimentados ou salgados); leva a planetas intermediários.

3 – tamas – ignorância, indolência e escuridão; negligência do dever; dominante entre a classe produtora; alimentos não vegetarianos e bebidas intoxicantes; cosmologicamente, leva aos planetas inferiores.

 

Os 05 tipos de ar:

1 – prāṇa

2 – apāna

3 – vyāma

4 – samāna

5 – udāna

 
 
III – Sobre a hagiografia:
 

Os 06 ramos da sabedoria védica:

1 – o sistema Karma-mīmāṁsā (estudo da ação ritual), de Maharṣi Jaimini;

2 – o sistema Sāṅkhya do Senhor Kapila, filho de Devahuti;

3 – filosofia Nyaya, de Gautama e Kamada;

4 – filosofia Māyāvādī, de Ashtavakra;

5 – Yoga-sūtra, de Patañjali.

6 – filosofia Bhagavata, de Śrila Vyāsadeva.

 

Os 04 Vedas:

1 - Ṛg-veda

2 – Yajur-veda

3 – Sāma-veda

4 – Atharva-veda

 

A filosofia védica é acintya-bhedābheda-tattva – tudo é simultaneamente igual à Personalidade de Deus e diferente dEle.

 

As reflexões epistemológicas:

1 – pratyakṣa – percepção sensorial;

2 – anumāna – raciocínio lógico;

3 – śabda – testemunho verbal.

(Praneya-ratnāvali, de Baladeva Vidyābhūṣaṇa)

 

Propósito da Bhagavad-Gītā:

Salva a humanidade da nescidade da existência material.

 

As 05 verdades básicas tratadas pela Bhagavad-Gītā:

1 – īśvara – o controlador;

2 – jīvas – entidades vivas controladas;

3 – prakṛti – natureza material (só ela é temporária, mas é real);

4 – tempo;

5 – karma – atividade (não é eterno).

 
 
IV – sobre o ser humano:
 

Os 02 tipos de almas:

1 – aṇu-ātmā – alma particular diminuta;

2 – vibhu-ātmā – Superalma.

 

Os 02 corpos da entidade viva:

1 – sutil (composto por mente, inteligência e falso ego).

2 – grosseiro (composto pelos cinco elementos básicos, a saber, fogo, ar, água, terra e éter).

 

As 03 dimensões corpóreas:

1 – grosseira;

2 – sutil;

3 – espiritual.

 

Os 04 puruṣārthas (aspirações básicas da condição humana):

1 – kama – sexualidade;

2 – artha – riqueza e poder;

3 – dharma, realização de ações e deveres morais e rituais visando a obtenção de uma condição paradisíaca futura (svarga);

4 – mokṣa – libertação da ignorância constitutiva do eu-agente-interessado e, consequentemente, liberação de todos os desejos e condicionamentos.

Essas são também conhecidas como as metas védicas.

Mas, para os bhakti-yogīs há outra:

5 – Kṛṣṇa-prema – amor puro por Kṛṣṇa, independentemente de obter qualquer outra vantagem imediata ou futura.

Sanātana-dharma – prestar serviço a Kṛṣṇa eternamente.

 

Os 04 pilares da espiritualidade védica:

1 – ahimsā – misericórdia;

2 – satyam – veracidade;

3 – śaucam – pureza;

4 – tapas – austeridade.

 

As 04 atividades nefastas:

1 – violência contra animais;

2 – jogatina;

3 – promiscuidade sexual;

4 – intoxicação.

 

Os 04 varṇa (status profissional):

1 brāhmaṇas – professores, sacerdotes, filósofos e intelectuais;

2 – kṣatriyas – reis, nobres, generais e administradores;

3 – vaiśyas – agricultores e comerciantes;

4 – śūdras – artesãos e trabalhadores manuais.

 

Os 04 aśrama (status pessoal):

1 – brahmacāri – estudante celibatário;

2 - gṛhastha – contribui para a manutenção da ordem social por acumular riqueza; satisfaz seus desejos, obedece o dharma e, por fim, volta sua atenção para mokṣa (ideal de liberação);

3 – vanaprastha – renúncia à vida anterior e foco em assuntos espirituais;

4 – sannyāsī – renúncia completa ao mundo material.

 

Os 03 tipos de deveres prescritos:

1 – trabalhos rotineiros;

2 – trabalho de emergência;

3 – atividades desejadas.

 

As 03 classes de misérias da existência material:

1 – adhyātmika – causadas pelo próprio corpo e pela própria mente;

2 – adhidaivika – causadas pelos fenômenos naturais, sob controle dos semideuses;

3 – adhibavtika – causadas por outras entidades vivas.

 

As 05 espécies de ignorância:

1 – aceitar o corpo material como sendo o eu;

2 – fazer do gozo material dos sentidos o padrão de prazer;

3 – ficar ansioso devido à identificação material;

4 – lamentar-se;

5 – pensar que existe algo além da Verdade Absoluta.

(Mahābhārata, Udyoga-parva, cap. 43)

 

Os 04 defeitos das pessoas:

1 – cometem erros;

2 – iludem-se invariavelmente;

3 – têm tendência a enganar os outros;

4 – limitadas por sentidos imperfeitos.

 

Os 06 tipos de agressores:

1 – aquele que dá veneno;

2 – aquele que incendeia a casa;

3 – aquele que ataca com armas mortais;

4 – aquele que rouba as riquezas;

5 – aquele que ocupa as terras dos outros;

6 – aquele que rapta uma esposa.

 

Os 04 tipos de duṣkrtinas (canalhas):

1 – mudhaḥ – pessoa tola (ignorante);

2 – narādhanāḥ – pessoa que não dá atenção à autorrealização; têm princípios sociais e políticos, mas nenhum princípio religioso;

3 – māyayāpahṛta-jñānā – pessoas eruditas, mas que não direcionam seu conhecimento para a religiosidade;

4 – āsuram bhāvam āśrita – ateístas declarados; pessoa demoníaca.

 

Os 04 tipos de pessoas que podem se aproximar de Kṛṣṇa (su-kṛtinaḥ):

1 - ārtaḥ - pessoa piedosa que numa situação difícil se volta para Deus;

2 – jijñāsuḥ - pessoa inquisitiva que busca o propósito da vida;

3 – artha-arthī – pessoa que está buscando prosperidade e se aproxima de Deus em busca de fortuna;

4 – jñāni – pessoa que busca conhecer o absoluto.

 

Os 03 estados de consciência:

1 – vigília;

2 – sonho;

3 – sono profundo.

 
 
V – sobre a autorrealização:
 

As 03 classes de transcendentalistas:

1 – jñāni – impersolanista – brahmavādī

2 – yogī – meditador – paramātmavādī

3 – bhakta – devoto.

 

Os 03 estágios do avanço espiritual:

1 – sambandha-jñāna – estabelecimento da relação original da pessoa com a Suprema Personalidade de Deus;

3 – abhidheya – agir de acordo com essa relação constitucional;

3 – prayojana – objetivo último da vida, que é desenvolver o amor a Deus (premā pum-artho mahān).

 

Os 05 modos de relação com Bhagavān:

1 – estado passivo – śānta-rasa;

2 – estado ativo – dāsya-rasa – servo;

3 – estado de amigo – sākhya-rasa;

4 – pai ou mãe – vātsalya-rasa;

5 – amante conjugal – mādhurya-rasa.

 

Os 08 estágios de yoga:

1 – yama – controle; não ser violento; falar a verdade; não roubas; não acumular bens e dedicar-se a brahmacārya;

2 – niyama – satsifação, pureza, austeridade, conhecimento de sim mesmo e das escrituas e devoção ao Supremo;

3 – asāna – prática elaborada de posturas corporais;

4 – prāṇāyāma – controle da respiração;

5 – pratyāhāra – desconexão dos sentidos de seus objetos;

6 – dhāraṇā – concentração; manter a desconexão por longo período;

7 – dhyāna – meditação no Supremo;

8 – samādhi – iluminação introspectiva além da existência mundana.

 

(Yoga-sūtra, de Patañjali)

 

Processo de autorrealização:

1 – śraddha – fé;

2 – sādhu-saṅga – associação com pessoas santas;

3 – bhajana-kriyā – prática do processo devocional;

4 – śravana – ouvir;

5 – kīrtana – cantar;

6 – smaraṇa – lembrar;

7 – pāda-seva – servir aos pés de lótus;

8 – arcanā – adorar a forma da Deidade do Senhor;

9 – vandana – oferecer orações;

10 – dāsya – considerar-se Servo do Senhor;

11 – sākhya – considerar-se amigo do Senhor;

12 – ātma-nivedana – render-se inteiramente;

13 – anartha-nivṛtti – livrar-se de tudo o que é indesejado;

14 - niṣṭhā – obter estabilidade em seu serviço devocional;

15 – ruci – provar o gosto do serviço devocional;

16 – āsakti – intenso apego ao Senhor;

17 – svarūpa – redescobrir seu próprio eu (autorrealização).


De 03 a 12 são os 09 ramos do serviço devocional.

Bhāva-bhakti leva a prema-bhakti.

 

Os 09 sintomas de bhāva-bhakti:

1 – kṣānti – perdão;

2 – avyartha-kālatva – preocupação em não desperdiçar tempo algum;

3 – virakti – desapego;

4 – māna-śūnyatā – ausência de falso prestígio;

5 – āśā-bandhaḥ – esperança;

6 – utkaṇṭhā – avidez;

7 – nāma-gāne sadā ruci – gosto pelo cantar do santo nome do Senhor;

8 – āsaktis tad-guṇākhyāne – apego às descrições das qualidades transcendentais do Senhor;

9 – prītis tad-vasati-sthale – afeição pelos lugares santos onde o Senhor reside.

 

Os 13 sintomas externos de bhāva:

1 – ṇrtya – dança;

2 – viluṭhita – rolamento pelo chão empoeirado;

3 – gītā – canto sonoro;

4 – krośana – irrupção de gritos e choro;

5 – tanu-moṭana – alongamento do corpo;

6 – huṇkāra – rugidos;

7 – jṛmbhaṇa – bocejo;

8 – śvāsa-bhūma – respiração pesada;

9 – lokān apekṣitā – ignoração dos demais;

10 – lālā-srava – salivação;

11 – aṭṭa-hāsa – risos como os de um louco;

12 – ghūrṇa – andar cambaleante acompanhado de um giro de cabeça;

13 – hikkā – eructação.

 

Os 08 sintomas extáticos:

1 – stambha – paralisação;

2 – sveda – transpiração;

3 – romāñca – arrepio dos pêlos corpóreos;

4 – svara-bheda – sufocamento da voz;

5 – vepathu – tremor;

6 – vaivarnya – empalidecimento;

7 – aśru – derramar de lágrimas;

8 – pralaya – desmaio.

 

As 03 categorias de lālasāmayī-vijñapti (súplica ou oração submissa):

1 – samprārthanātmikā – completa rendição, para despertar bhāva;

2 – dainyvodhikā – reconhecimento da própria insignificância e inutilidade;

3 – lālasāmayī – quem já despertou bhāva e revela intensa ânsia pelo serviço ao Senhor.

 

As 07 rasas (relações) secundárias (gauṇa-rasa):

1 – hāsya – risos;

2 – adbhuta – maravilhamento:

3 – vīra – bravura;

4 – karuṇa – piedade;

5 – raudra – ira;

6 – bhaya – medo;

7 – bībhatsa – horror.

 

As excelências de prema:

1 – praṇaya – amor no qual se evita respeito ou formalidade;

2 – māna – ocultação do amor por meios tortuosos;

3 – sneha – derretimento do coração;

4 – rāga – apego;

5 – amurāga – apego maior;

6 – bhāva – êxtase;

7 – māha-bhāva – êxtase supremo.

 

Os profundos sentimentos de saudade (vipralambha(ao se distanciar do Senhor Supremo):

1 – pūrva-rāga – atração preliminar do amor em saudade experimentada por amantes que ainda não se encontraram;

2 – māna – aparente ira que impede os amantes de se encontrarem;

3 – pravāsa – saudade devido à distância.

 

As 10 condições provocadas pela saudade (ao se distanciar do Senhor Supremo):

1 – cintā – ansiedade;

2 – jāgara – insônia;

3 – udvega – agitação mental;

4 – tānava – emancipação;

5 – melina-aṇgatā – falta de asseio;

6 – pralāpa – fala semelhante ao discutir de um louco;

7 – viādhi – doença;

8 – moha – ilusão;

9 – mṛtyu – morte ou inconsciência.

 

VI – A sucessão discipular:
 

Os 06 Gosvāmis:

1 – Śrīla Rūpa Gosvāmi

2 – Sanātana Gosvāmi

3 – Raghunātha Dāsa Gosvāmi

4 – Raghunātha Bhaṭṭa Gosvāmi

5 – Śrīla Gopāla Bhaṭṭa Gosvāmi

6 – Śrīla Jīva Gosvāmi.

 

A sucessão discipular:

Evaṁ paramparā-prāptam imaṁ rājarṣayo viduḥ (Bhagavad-gītā 4.2). O Bhagavad-gītā Como Ele É é recebido através desta sucessão discipular:

1. Kṛṣṇa

2. Brahmā

3. Nārada

4. Vyāsa

5. Madhva

6. Padmanābha

7. Nṛhari

8. Mādhava

9. Akṣobhya

10. Jaya Tīrtha

11. Jñānasindhu

12. Dayānidhi

13. Vidyānidhi

14. Rājendra

15. Jayadharma

16. Puruṣottama

17. Brahmaṇya Tīrtha

18. Vyāsa Tīrtha

19. Lakṣmīpati

20. Mādhavendra Purī

21. Īśvara Purī, (Nityānanda, Advaita)

22. Lord Caitanya

23. Rūpa, (Svarūpa, Sanātana)

24. Raghunātha, Jīva

25. Kṛṣṇadāsa

26. Narottama

27. Viśvanātha

28. (Baladeva), Jagannātha

29. Sacidananda Bhaktivinoda Ṭhākura (1838-1914)

30. Gaurakiśora Dasa Babaji Maharaja (?-1915)

31. Śrīla Prabhuāda Bhaktisiddhānta Sarasvatī Ṭhākura Goswami Prabhupāda Mahārāja (1874–1937)

32. A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupāda (1896-1977)

 

Discípulos de Śrila Prabhuāda Bhaktisiddhānta Sarasvatī:

1 – Śrila Bhakti Dayita Madhava Maharaja (1904-1979)

2 – Śrila Bhakti Hṛdaya Vana (Hridaya Bon) Maharaja (1901-1982)

3 – Śrila Bhakti Kankan Tapasvī Maharaj

4 – Śrila Bhakti Keval Audulomi (1895-1982)

5 – Śrila Bhakti Kusum Sraman Maharaja (1900-1986)

6 – Śrila Bhakti Prajna Kesava Maharaja (1898-1968)

7 – Śrila Bhakti Promode Puri Maharaja (1898-1999)

8 – Śrila Bhakti Raksak Sridhara Maharaja (1895-1988)

9 – Śrila Bhakti Saranga Goswami Maharaja (1888-1964)

10 – Śrila Bhakti Śrīrūpa Bhagavat Maharaja (1906-1993)

11 – Śrila Bhakti Vedanta Swami Maharaja (A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupāda) (1896-1977)

12 – Śrila Bhakti Vicar Yajavara Maharaja

13 – Śrila Bhakti Vilas Tirtha Maharaja (1894-1976)