A
LOJA AS NOVE MUSAS E SEU VENERÁVEL MESTRE, BENJAMIN FRANKLIN – PARTE 1
Avental de Voltaire.
Por
Nicolas Hans
Tradução
de Helios Lavrador da Silva Lima, MM, MRA, KT
Notas
de J. W. Kreutzer-Bach
Publicado
originalmente nas Atas da American Philosophical Society, vol 97, nº 5 (outubro de 1953) e
reproduzido em Heredom, The Transactions of the Scottish Rite Society, vol. 9, 2001, editado pelo Irmão S. Brent
Morris, 33º, GC
Desde
a época de Roger Bacon, a ideia de se criar um centro internacional de
investigação cientifica para a difusão da luz do conhecimento entre as nações
era o modelo favorito dos cientistas e filósofos dos séculos XVII e XVIII. Ele
era geralmente aludido como a Casa de
Salomão entre os virtuosos e mais tarde entre os Maçons.
As
razões para tal centro basearam-se em três motivos:
·
religioso, para descobrir o plano divino do
arquiteto do universo;
·
intelectual, para descobrir os segredos da
natureza e suas leis; e
·
utilitário, para melhorar o estado do homem.
Assim,
o primeiro motivo foi teleológico, para encontrar o propósito; o segundo,
científico, para encontrar as causas; e o terceiro, econômico, para aplicar os
efeitos do conhecimento na vida real. Comenius com sua metodologia Pansofica; o honorável Robert Boyle e
seu Colégio Invisível; Samuel Hartlib
e seu círculo – eles todos seguiram as ideias de Bacon e tentaram construir uma
Casa de Salmão.
Esta
tradição passou para a reformada Maçonaria – “especulativa” – do século XVIII e
foi a força dinâmica por trás das enciclopédias, a difusão da luz do
conhecimento (la diffusion de la lumière)
e a promoção das artes e dos ofícios.
Quando
Benjamin Franklin chegou à Inglaterra, ainda um homem jovem, pisou no meio do
movimento. John Theophilus Desaguliers, o pai ideológico e fundador da
Maçonaria especulativa, estava no auge de sua fama, como o primeiro palestrante
público sobre “filosofia experimental” e as academias seculares privadas, com
seus novos métodos e currículos, começaram a florescer.
Tão
logo Franklin retornou à Filadélfia, estabeleceu seu famoso clube “quase
maçônico”, chamado Junto. Embora
jovem demais para ser aceito na Maçonaria na Inglaterra, tão logo completou 25
anos entrou para a Ordem, na Filadélfia. Durante a sua terceira estada na
Inglaterra, 1764-1775, Franklin se tornou rapidamente um dos líderes dos muitos
círculos de estudo e propagação do Iluminismo.
Juntamente
com David Williams, ele fundou uma sociedade deísta e ajudou a Williams a
escrever sua liturgia bem conhecia, Liturgia Universal. Mais tarde, esta
sociedade, em parte sob o impacto da longa permanência de Franklin – 1764 a
1775 –, foi o centro das atividades pró-americanas na Inglaterra durante a
guerra (que resultou na independência das 13 colônias americanas do Império
Britânico). Franklin foi, evidentemente, um dos fundadores ou até mesmo o
fundador da Grand Lodge of England of the
Constitutional Whigs and Friends of the People (Grande Loja de Inglaterra dos Whigs Constitucionais e Amigos do Povo),
conhecidos como os Os Honestos Whigs,
que estavam por trás de muitos dos clubes e sociedades para a difusão do
conhecimento político. No entanto, todas essas atividades febris foram ceifadas
pelo início da guerra e pelo retorno forçado de Franklin à Filadélfia. Sua
nomeação como o enviado norte-americano para a França deu-lhe uma nova e melhor
chance de conceber seu sonho de um centro internacional, como, aliás, já tinha
sido estabelecido em Paris, antes de sua chegada.
Na
América, assim como na França, a influência inglesa foi o ponto de partida para
o novo movimento de “diffusion de la
lumière”. John Locke foi o mais popular filósofo depois de Descartes e suas
ideias foram disseminadas na França por filósofos, políticos e educadores.
Lorde
Bolinbroke foi outro inglês que, pelos seus contatos pessoais com os líderes
franceses influenciou a difusão da luz. Em 1724, em seu exílio juntamente com o
abade Alary, ele fundou o Clube de
L’Entresol, no Hotel Presidente Henault, na praça Vendôme. Lá, Montesquieu,
Ramsay, D’Argenson, o abade St. Pierre e outros trocavam ideias sobre religião,
política e pesquisa científica. Embora o clube tenha sido fechado pelo cardeal
Fleury (intendente de polícia) em 1731, foi um dos primeiros círculos que, mais
tarde, teria um papel importante na França. O chevalier Ramsay, que introduziu a Maçonaria (dos Altos Graus) na França, em 1736 foi eleito Orateur de la Grand Loge de France, de acordo com a Mémorie, de Lalande. Ele fez seu
discurso inaugural, em que afirmaria que a Ordem, além das próprias obrigações
maçônicas, deveria ter como objetivo a difusão prática das ciências e das belas
artes. Em seu discurso ele mencionou o clube de L’Entresol e Cyclopaedia
(1).
É
visão aceita, entre historiadores maçônicos, que o discurso de Ramsay foi o ponto
de partida da Grande Enciclopédia.
Montesquieu, La Chalotais tinha sido iniciados na Maçonaria na Inglaterra e, no
seu retorno, tornaram-se os líderes da diffusion
de la lumière na França.
Helvetius
juntou-se à Ordem antes de sua ida à Inglaterra em 1764. Enquanto estava lá,
conhecera líderes Maçons ingleses e fellows
(companheiros, membros) da Royal Society e ficara impressionado com suas
atividades científicas.
Na
França, Helvetius era membro do círculo mais tarde conhecido como os
Fisiocratas, que se reunia em torno de Fraçois Quesnay e Victor Mirabeay. Aqui Helvetius
conheceu Turgot, Dupont de Nemours e muitos economistas e cientistas. Talvez
tenha sido ali que pela primeira vez ocorreu a ele a ideia de um centro
internacional de iluminação. Em 1739,
Vauvenargues escreveu a Mirabeau sobre esses encontros:
“Quão
agradável ser capaz de viver com homens de todos os países, de todas as
províncias e todas as nações, e reunir em um ponto todos os raios de luz
dispersos nesta multidão, que concentra em seu seio todos os conhecimentos,
todos os sentimentos e todo o talento do mundo!”
Esta
declaração claramente expressa a ideia da Casa
de Salomão.
Depois
do retorno da Inglaterra, Helvetius, com seu amigo Lalande, fundou a Loja Les Sciences, que reuniu todos os
Maçons-cientistas residentes em Paris na época.
Ele e Lalande
conceberam a ideia para transformar a Loja em um centro internacional,
incluindo cientistas estrangeiros e, para ampliar o âmbito da Associação,
convidar representantes das ciências humanas e das belas artes. No entanto,
neste período, a Maçonaria francesa, sob a condução do duque de Clermont,
passava um período de declínio temporário. O governo francês, influenciado
pelas condenações das bulas papais, olhava-a com desconfiança. Helvetius
decidiu adiar seus planos, mas veio a morrer em 1771, sem conseguir
realizá-los. O duque de Clermont morrera antes dele. Com isso, as duas
organizações rivais, a Grande Loja e o Grande Oriente foram reorganizadas sob o
novo Grão-Mestre, o duque de Chartres (Felipe D’Orleans após 1785) no Grande Oriente de França.
O sucessor
de Helvetius, Lalande, que teve importante participação na reorganização do Grande Oriente de França, considerou o
momento propício para a fundação da nova Loja. Como os novos regulamentos da
Potência permitiam o estabelecimento de tais lojas, Lalande conseguiu superar a
oposição dos membros aristocráticos mais conservadores da antiga Grande Loja.
A nova
Loja foi devidamente registrada sob o nome de Les Neuf Soeurs, em 5 de julho de 1776. Lalande foi eleito seu
primeiro Venerável. Os outros oito fundadores foram o abade Cordier de St.
Firmin, o abade Robin Fallet, De Cailhava, De Perny, o chevalier De Cubiéres, J.J. Garnier e Chavet, todos conhecidos literatos
ou cientistas.
Sob regulamentos
especiais, esta Loja aceitava, em adição às obrigações maçônicas gerais, um
dever para com la culture des sciences,
des lettres et des arts. O número de membros não era limitado, como nas
lojas comuns. Os regulamentos desta Loja excepcional estabelecia os talentos
que a Loja Les Neuf Soeurs espera de
seus candidatos, para justificar seu nome, que incluem as ciências e artes
liberais. Todos os candidatos devem possuir talento nas artes ou ciências, que
tivessem sido comprovados por trabalhos publicados.
Exceções
foram feitas a pessoas de postos mais altos na aristocracia ou sociedade civil
que promovessem as artes e as ciências como mecenas. Além disso, de cada novo
membro esperava-se que apresentassem um trabalho na primeira reunião depois de
sua recepção. Aos músicos, que executasse um trecho de sua própria composição.
Foi
criado um fundo de 1.200 libras para a publicação das obras dos membros nos
ramos da ciência, literatura, artes plásticas, música, pintura, gravura etc.
Nove comissários, um para cada ramo, foram nomeados como juízes considerou-se o
subsídio como um empréstimo a ser amortizado para novo uso futuro. Duas cópias
deveriam ser submetidas à biblioteca da Loja. Outra regulamentação intimava
membros iniciados – que fosse advogados, médicos e cirurgiões – a prestar seus
serviços grátis para todos que fossem recomendados pela Loja.
Como
em todas as outras Lojas, membros de todas as nações e credos foram aceitos
desde o início.
Este
curto relato torna evidente que o título de UNESCO
– United Nations and Education, Scientific and Cultural Organization –
seria bastante adequado como descritivos das atividades da Loja Les Neuf Soeurs.
A Loja
cresceu muito rapidamente em números, afiliando todos os Maçons qualificados
por sua regulamentação especial. Por exemplo, a bem conhecida Loja Le Contrat Social, composta por
escritores, historiadores e economistas juntou-se à Les Neuf Soeurs, com seu Venerável, o marquês de la Salle no
Veneralato. Muitos Maçons estrangeiros que visitaram Paris afiliaram-se também
a ela. Em 1778, o número de membros registrados ascendera a 180, dos quais
cerca de 40 eram estrangeiros, incluindo Maçons britânicos, americanos,
italianos, alemães, espanhóis, holandeses, russos e poloneses.
Aproximadamente
mais 80 membros foram adicionados durante os anos de 1779-1784, de acordo com
os registros dos anos 1778, 1783 e 1784, vistos por Amiable (2). O que ele não
sabia era da existência do registro para 1779, que Franklin havia trazido para
a América e que adicionava outros vinte nomes. Destes quatro registros,
verificamos que cerca de 20 novos membros eram iniciados por ano.
De
1784 a 1792, quando a loja foi temporariamente fechada, durante o Terror (3) (período crítico da Revolução
Francesa), nós devemos, portanto, acrescentar cerca de 150 novos membros, de
acordo com esta base de cálculo.
Consequentemente,
o número total de membros, durante 1776-1792, provavelmente seria igual a 400
eminentes homens de ciência, educação e artes de todos os países da Europa e
América.
Esta
foi uma concentração sem precedentes de talentos em uma organização que
adequadamente respondia ao sonho de Bacon, o da Casa de Salomão. Pela falta de espaço, selecionei apenas 100 nomes
que constam do apêndice.
As
atividades da Loja podem ser classificadas em três categorias.
A
ritualística maçônica, que era realizada em segredo, com o uso de insígnias
maçônicas e ritual, consistia principalmente da iniciação e instrução de novos
membros, eleição do oficialato e discussão das relações internas dentro do
Grande Oriente. Porém, palestras com conteúdo baseado em matemática,
arquitetura e princípios morais da Maçonaria eram usuais nessas reuniões.
A
segunda parte de suas atividades foi principalmente a social, para possibilitar
os membros a confraternizarem-se com suas esposas e irmãs. Muitas destas
senhoras pertenciam às Lojas femininas afiliadas. A grande inspiradora, o
espírito condutor desta parte, era a viúva de Helvetius, Mme. Anne-Catherine de
Ligniville Helvetius. Ela pertencia a uma tradicional família aristocrática, a
dos condes de Ligniville, da Lorena, relacionados com os Habsburgos. Era,
portanto, uma parente distante da rainha Marie-Antoinette.
Sua
casa, em Auteuil-Neuilly-Passy, perto de Paris, era um centro regular para
estes encontros sociais. Benjamin Franklin, que era seu vizinho em Passy, e o
economista Turgot foram seus amigos íntimos. Ela, entretanto, preferiu
permanecer fiel à memória de seu marido – o que não impediu que Franklin lhe
escrevesse apaixonadas cartas de amor. Várias relíquias maçônicas de seu marido
foram presenteadas à Loja, como, por exemplo, o avental – tablier symbolique – que Voltaire usara nas reuniões da loja.
Em
julho de 1778, a Loja comemorou a festa de São João, no solstício de verão, em
sua casa. Foi uma homenagem a Franklin, quando o mesmo avental foi-lhe
presenteado como o herdeiro de Helvetius e Voltaire. Ainda que Maçom antigo e
visitante frequente da Loja, ele só seria oficialmente filiado na primavera de
1778.
Franklin
teve uma participação importante na recepção oficial de Voltaire, no dia 7 de
abril de 1778. Outros dois famosos estrangeiros, o conde Alexander Stroganov,
um russo, e Giovani Fabroni, um italiano, atuaram junto com Franklin naquele
dia.
A
terceira parte das atividades da Loja era dedicada à difusão de uma instituição
educacional, chamada Le Musée de Paris.
Em 21
de maio de 1779, Franklin foi eleito Venerável. Como seu Veneralato foi
renovado em 1780, ele foi o líder oficial da Neuf Soeurs por dois anos. A eleição de um novo Venerável era
usualmente celebrada com um grande encontro, com a presença de Maçons da
maioria das lojas de Paris e de suas esposas. Esta particular celebração,
ocorrida na quarta-feira, 18 de agosto de 1779, foi aberta por um discurso do
novo Venerável Franklin, seguido pela leitura da Elegia a Montaigne por Nicolas de la Dixmerie; pelo poema Novembre, por de Roucher; pela Elegia a Voltaire, em versos do dramaturgo
Carbon de Flins des Oliviers; e pela leitura do prefácio de d’Hilliard d’Auberteuil
dos seus Essais historiques et politiques
sur les Anglo-Americaines, que incluíam um esboço do próprio Franklin. A
festa concluiu-se pela apresentação do drama Pigmaleão, de Larepentir, por Garnier. O programa foi longo e não
houve nenhuma dança ou bebida, que era uma característica dos encontros sociais
em Auteuil. Mas permite vislumbrar a variedade de assuntos tratados pela Loja.
Um dos
primeiros passos de Franklin como Venerável foi iniciar seus pupilos pessoais.
Ele introduziu três americanos, John Paul Jones, Edward Bancroft e seu neto,
William Temple Franklin, e o francês Ferdinand Grand. Apenas um dos quatro era
devidamente qualificado de acordo com os regulamentos da Loja. Bancroft, na
verdade, foi de fato um cientista e teve obras publicadas. John Paul Jones foi
um famoso comandante naval e um perito em contrabando e em ciência aplicada à
navegação. William Temple, porém, era um caso claro de nepotismo. Não apenas
era muito jovem, como também não se distinguira de qualquer forma, exceto como
secretário de seu avô. Ferdinand Grand era o banqueiro de Franklin e poderia
qualificar-se como um perito financeiro e mecenas.
Infelizmente,
os discursos obrigatórios destes três membros não foram preservados. Eles
seriam uma interessante leitura como contribuições às Ciências e às Artes. Foi
uma concessão definitiva aos desejos de Franklin e foi uma prática excepcional
da Loja. Franklin mais tarde introduziu mais dois americanos, Thomas Jefferson
e seu secretário, William Short.
Muito
mais importante foi a influência de Franklin na terceira parte das atividades
da Loja, a difusão da luz do conhecimento.
Era
costume de que organizações maçônicas estabelecessem sociedades subsidiárias
que eram públicas e, embora controladas pelos fundadores maçônicas, eram
abertas a não Maçons.
Por
iniciativa de Franklin a Societé
Apollonienne foi fundada durante o segundo ano de seu veneralato, para a
promoção de publicações e palestras.
Dois
museus abriram-se para esta finalidade. Sua história inicial e relações com os
outros são bastante obscuras e segundo a narrativa de Amiable não esclarece os
eventos que estão emaranhados. O Musée de
Paris foi instituído em 17 de novembro de 1780, com Court de Gebelin como
presidente e muitos membros da loja como palestrantes.
Os
cursos foram limitados a ciências humanas. Em 6 de março de 1784, o Musée deu uma festa em comemoração do
Tratado de paz anglo-americana.
Franklin
foi publicamente coroado e seu busto, feito por Houdon, foi apresentado. Os cientistas
da Loja ficaram evidentemente isatisfeitos pelo caráter puramente humanista do
Museu de Court de Gebelin e, sob a liderança de Pilátre de Rozier, o bem
conhecido aeronauta, fundaram um museu rival em 11 de dezembro de 1781. Os dois
museus foram alojados em edifícios separados e sua participação era distinta,
embora em ambos a maioria era de membros da Les
Neuf Soeurs. Em julho de 1783, durante a doença de Court de Gebelin,
Cailhava foi eleito presidente do primeiro museu, contra a vontade de Gebelin.
Isso resultou
em uma divisão aberta e, em setembro, Cailhava e seus seguidores se separaram e
juntaram-se ao museu científico de Pilâtre. Antes da aderência de Cailhava e os
seus, o segundo museu dedicava-se às ciências puras e aplicadas, com o ensino
de línguas estrangeiras como temas suplementares. Cursos incluídos: a)
físico-químicas, como introdução às artes e ofícios; b) físico-matemático, mecânica
experimental; c) cursos sobre fabricação de têxteis, corantes e impressão
têxtil; d) cursos sobre anatomia para escultores e pintores, incluindo elementos
da fisiologia. Inglês, italiano e espanhol foram também ensinados com fins
utilitários.
Quando
Cailhava e os dissidentes, todos humanistas, se juntaram a Pilâtre (de Rozier),
eles adicionaram cursos sobre literatura, história e geografia, ampliando a
característica original estritamente utilitária do segundo museu para algo mais
abrangente e liberal.
Dali
em diante, o Musée de Pilâtre ofuscou
a instituição de Court de Gebelin, que gradualmente foi diminuída e fechado com
a morte deste.
O segundo
museu tinha prosperado e tinha as seguintes cadeiras: história, com Marmontel e
Garat como professores; Matemática, com Condorcert e de La Croix; Literatura,
com La Harpe; Física, com Le Monge e Deparcieux; Química e Ciências Naturais,
com Fourecroy; Anatomia, com o diretor Bontemps e o bibliotecário abade Le Roy.
Em 1785,
após a trágica morte de Pilâtre, em sua travessia fracassada do Canal da Mancha
em um balão, o Musée de Paris foi
rebatizado Liceu de Paris. Então sob a proteção do conde de Provence (mais
tarde Luís XVIII), todo o plano era ampliado para incluir ciências puras e ciências
humanas.
Em dezembro
de 1792, o Liceu de Paris foi rebatizado Lycée
Republicain, para acalmar as suspeitas dos jacobinos. Durante este período,
Brissot tentava transferir o Liceu para
Londres, de modo a torná-lo mais independente e internacional, fora da censura
de Robespierre. Ele discutia este projeto com David Williams e Jeremy Bentham,
mas os dois ingleses foram céticos e o projeto não foi consumado, embora
Brissot tivesse coletado dinheiro e não tivesse poupado tempo e esforço. Ele foi
para a América, mas fracassou lá também. Em 1802, quando Fourcroy adotou o nome
de Liceu para as novas escolas secundárias napoleônicas, o velho Musée foi renomeado Athenée.
(Continua)
Notas da tradução
1.
A Chambers’
Cyclopaedia ou An Universal
Dictionary of Arts and Sciences, de Ephraim Chambers, com dois volumes
publicados em 1728 e mais dois em 1753, foi a inspiração da famosa Encyclopédie, de Diderot e d’Alembert.
2.
Louis Amiable, Grande Oficial, com acesso
aos arquivos do Grande Oriente de França,
pesquisou a história da Loja Les Neuf
Soeurs e publicou um livro, Um Loge
Masonique, La R. L. Les Neuf Soeurs, que se tornaria a fonte primária, uma
vez que a Gestado queimou os arquivos do GOF durante a ocupação alemã de Paris.
3.
O Terror
foi o período da Revolução Francesa entre 5 de setembro de 1793 a 28 de julho
de 1794, em que facções rivais lutavam pelo poder na França, não hesitando em
chegar às mais extremadas consequências. Estima-se que mais de 40.000 pessoas
foram executadas, mais de 15.000 pela guilhotina – “O governo em uma revolução
é o despotismo da liberdade contra a tirania”, diria Robespierre, principal
responsável pelo banho de sangue que cessou imediatamente quando ele caiu do
poder e foi executado exatamente como os muitos que mandara à guilhotina.
FONTE: Por Nicolas Hans. A Loja As Nove Musas e seu Venerável Mestre, Benjamin Franklin. (Tradução
de Helios Lavrador da Silva Lima, MM, MRA, KT; Notas de J. W. Kreutzer-Bach).
In Astrea – revista de estudos maçônicos. Ano LXXXVII, nº 31. jul.-dez. 2012.
Rio de Janeiro: Supremo Conselho Grau 33º do Rito Escocês Antigo e Aceito da
Maçonaria para a República Federativa do Brasil, 2013.p. 15-21.
O velho Ashmolean Building, em Oxford, erigido em 1683, hoje abriga o Museu de História da Ciência. Sua exposição permanente intitula-se “A Casa de Salomão em Oxford”, alusão à concepção de Francis Bacon,de uma instituição devotada a promover o conhecimento natural e suas aplicações para o benefício da humanidade.
John Locke (1632-1704), importante filósofo inglês, ideólogo do liberalismo, cuja justificativa clássica da tolerância religiosa constituir-se-ia em um dos fundamentos da Maçonaria.
“Voltaire abençoando o neto de Franklin, em
nome de Deus e da Liberdade”, pintura do paraibano Pedro Américo (1843-1903).
Ramsay
Anne-Catherine Helvetius
Helvetius
de Lalande
Montesquieu
Pilâtre de Rozier (1754-1785), primeiro aeronauta e primeiro mártir da aviação.
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