Em relação às
Asserções, ou às palavras Divinas que deram como resultado a Criação, devemos
dizer que as palavras ditas pela fala do Eterno, bendito seja Ele, são a
revelação da luz e da força vital Divinas, que usando das forças da luz
infinita criou os mundos.
A luz infinita
sofreu uma série incontável de contrações e diminuições nos níveis da Sua
intensidade, os tsimtsumim, que num encadeamento contínuo, ou ordem de descida
da luz, chamada de “seder hishtalshelut”, permitem aos mundos e aos seres
existirem e aos seres criados terem a ilusão de que são separados e
independentes do Eterno, bendito seja Ele, pois se assim não fosse, os seres
não resistiriam ao poder Divino e voltariam ao estado anterior de
não-existência.
As imensuráveis
transformações cósmicas das energias criativas são interações incríveis das
emanações Divinas, as 10 sefirot, que combinadas com as forças arquetípicas
representadas pelas 22 letras hebraicas constituem todo o universo
multidimensional e toda existência possível através do que se conhece como os
32 caminhos de Sabedoria. De fato, somente em relação aos próprios seres
criados houve mudanças, enquanto que Nele não houve mudança alguma de Sua unicidade;
Ele é o mesmo antes, durante e depois da Criação. Embora usemos o termo palavra ou fala de
Deus, ou mesmo verbo Divino, é somente por simbolismo e analogia à fala humana
que algo revela um pensamento do intelecto ou desejo do coração; e ao serem falados,
revelam a sua vontade e se separam do indivíduo. Porém, em relação à Criação, a
revelação da infinita luz Divina e Sua infinita força vital são manifestações
da Sua vontade e não se separam Dele; Sua unicidade é eterna e imutável.
A luz
infinita, Or Eín Sof, como um fluxo primordial próprio do Eterno,
bendito seja Ele, e Ele e Sua luz são um, é toda doadora e benfazeja, e gerou,
por assim dizer, num · primeiro momento a alma do homem, criada à imagem e
semelhança do Eterno, bendito seja Ele, com a característica de ser um receptor
infinito da bondade Divina. Foi a primeira criação.
Esta
característica receptora da alma não é meramente uma noção egoísta, e sim uma
qualidade que faz o homem desejar se elevar, se harmonizar com as leis naturais
e manifestar a Luz Maior. Seu desejo de receber para si deve ser transformado
em desejo de receber para compartilhar, pelo processo que dissemos ser o
trabalho de retificação ou tikun. A alma do homem no seu nível
cósmico vivia em absoluta plenitude quando então, num dado momento, desejou
compartilhar as benesses que a luz infinita lhe oferecia. E para isso gerou,
por assim dizer, num segundo momento, pelo seu elevadíssimo nível de
consciência e pela natureza doadora da luz, o plano onde deve realizar este
trabalho, através de incontáveis “tsimtsumim” da luz infinita. E surgiu o
universo, o plano material da Criação ou os mundos onde todos os seres humanos
e angelicais existem. Foi a segunda criação. Ao desejar compartilhar, a alma
provocou na luz infinita uma primeira restrição ou “tsimtsum”, a que se
seguiram incontáveis outras e assim surgiram as dimensões físicas e espirituais
do universo conhecido, com as suas dimensões e níveis diferenciados de
consciência e existência.
Este é o plano onde
o trabalho é inevitável e necessário como uma benção que a luz infinita
concedeu ao homem e à mulher para que realizem o tikun e assim tragam as
irradiações da luz infinita a todos os quadrantes do universo e, realmente,
transformem este plano onde vivemos numa verdadeira morada para o Eterno,
bendito seja Ele.
Essa cosmogonia é
extraída da revelação de Sua vontade segundo os textos da Torá, o Pentateuco
bíblico e os ensinamentos dos mestres da Cabalá. A revelação da Torá é expressa
de forma magna nas leis contidas nos Dez Mandamentos, e deu-se no 50° dia após
a saída do Egito, complementando-se no período de 40 anos que durou todo o
êxodo, como final da primeira diáspora do povo hebreu. Moisés, nosso mestre,
compilou todo o conteúdo da Torá, o conjunto dos cinco primeiros livros da
Bíblia que constituem a essência do ensinamento moral e espiritual do povo
judeu. Os 10 Mandamentos constituem a essência da mensagem Divina à humanidade
e o núcleo da Torá, sendo um patrimônio da humanidade, e não um patrimônio
exclusivo do povo de Israel. Após os 50 dias da saída do Egito e depois de todo
o povo hebreu ter presenciado sinais e milagres prodigiosos, o povo passou por
uma transformação interior profunda e se uniu como um povo uno, tornando-se
digno da revelação do Alto. Desta resultou um majestoso despertar de Baixo de
todos os milhões de hebreus envolvidos naqueles Dias Gloriosos. É dito que o
despertar do Alto resulta da manifestação do Ein Sof, bendito seja, ou o do
infinito sobre os seres criados e que ele, o Ein Sof, representa a Suprema
Vontade do Eterno, bendito seja Ele, e Ele e Sua vontade são um. É esta ação
Divina e também a manifestação de Sua providência e do Seu poder criador que
eternamente perpetua a obra da Criação.
Do mesmo modo, o
homem pode manifestar a ação da sua própria vontade sobre as forças superiores
numa ação de Teurgia, de acordo com o tempo e o lugar, para produzir, por assim
dizer, um despertar do Alto que causa uma atração dessas forças para si ou para
situações neste mundo e, assim agindo, a luz que ele manifesta se reflete
acima e volta ao mundo, alcançando muitos outros homens que estão numa mesma
frequência ou nível de consciência. Esta capacidade ou faculdade teúrgica de
atrair as forças cósmicas para alterar situações e criar efeitos no mundo é o
“dom da receptividade” concedido ao homem desde sua criação, que deve ser
resguardado e ativado de acordo com o bom discernimento e a justa sabedoria.
Essas práticas exigem uma conduta motivada por aspirações puras e a Cabalá nos
ensina numa obra antiga, Shir haMaalot, do rabi Yochanan
Alemanno: “Após uma limpeza externa do corpo e uma mudança interior e
purificação espiritual de toda mácula, a pessoa torna-se tão clara e pura como
os céus. Uma vez que se despiu de todos os pensamentos materiais, deverá ler
apenas a Torá e os nomes Divinos nela escritos. E então lhe serão revelados
segredos impressionantes e visões divinas tais como as que podem ser emanadas
sobre as almas puras, preparadas para recebê-los, como é dito: preparai-vos por
três dias e lavai vossas vestes. Há três preparativos: do exterior (do corpo),
do interior e da imaginação”. Como resultado dessas ações, o homem alcança
conhecimentos, profecias e elevação espiritual, a sua e a de todos, o que
alcança com as suas ações. Em outro trecho ele afirma: “Um profeta com o poder
de fazer com que a emanação do influxo Divino do Ein Sof desça sobre a hyle (matéria),
pela intermediação da sefirá de Malchut, realiza feitos maravilhosos,
impossíveis na natureza”. Por isto é ensinado que “o homem tem o dever de
transformar-se numa espécie de recipiente para a emanação da sefirá de
Malchut”, pois toda a sabedoria que advém do conhecimento das leis da tradição
oral e o poder de agir sobre a natureza e a compreensão e a harmonização com
alei cósmica vem da sefirá Malchut, camada em alguns lugares de o plano
espiritual sublunar. As ações que visam atrair o influxo das forças cósmicas
para este mundo pelo homem ou pela mulher são decorrentes de um íntimo e
profundo despertar de Baixo, da consciência humana no mundo. Tudo isso é muito
delicado e impõe elevada consciência dos riscos e conseqüências de agir segundo
esses conhecimentos e capacidade. Daí a enorme responsabilidade dessa forma de
atuação da vontade humana sobre a natureza e a vida neste mundo e nos mundos
acima, onde cada pensamento, palavra e ação de cada indivíduo geral efeitos
sobre o todo da humanidade e suas atitudes, o que confirma a afirmação de nossa
amada Ordem que “cada indivíduo pode ser responsável pela guerra ou pela paz no
mundo de acordo com as ações geradas pelo uso de seu livre-arbítrio.”
Essa relação de
forças do Alto e do Baixo e vice-versa é uma relação de correspondência ou uma
correlação da manifestação da vontade ou de ativação de forças do Cósmico. Esta
relação entre o despertar do Alto que gera um correspondente despertar de Baixo
e/ou vice-versa, é representada pelo hexagrama ou escudo de David. O que houve
no Sinai foi um despertar da consciência em que todos os hebreus no deserto
revelaram dons proféticos e onde todos se responsabilizaram por cumprir e
estudar as leis e princípios revelados e por apoiar e preservar cada indivíduo
e família de todo o acampamento, num gesto coletivo de real e verdadeira
fraternidade, que se manifesta no plano moral e muito mais ainda, no plano
material e econômico. Tornaram-se então um povo e uma nação.
O Eterno, bendito
seja Ele, por meio da Torá nos ofereceu os meios ou cabos, por assim dizer, de
nos conectarmos permanentemente com Ele, bendito seja, através dos estudos e do
cumprimento de suas mitsvót, mandamentos ou preceitos, que revelam
como Ele, bendito seja, compartilha conosco um ínfimo de Sua infinita Sabedoria
e como, ao cumprirmos Sua vontade excelsa e soberana, manifestamos a Luz Maior
no mundo da ação. Muitos ainda pensam que a Torá é a lei judaica, no entanto, o
termo Torá significa ensinamento e dos seus textos foram extraídas as leis
morais, familiares, sociais, comerciais e éticas que orientam a vida de cada
israelita desde seu recebimento por Moisés, nosso mestre, e por todo o povo aos
pés do monte Sinai.
Segundo a
tradição, os livros que compõem a Torá são os cinco primeiros livros, do
Gênesis ao Deuteronômio, e obedecem a um conjunto de 13 princípios de
interpretação ou hermenêutica, sendo estudados e interpretados dentro de
quatro níveis de aprofundamento. Esses níveis são representados por um
acróstico hebraico na palavra “PARDES”. O primeiro nível é o de sentido
literal, o Peshat; o segundo nível é o de significados simbólicos, o Ramez; o
terceiro nível é o alusivo, que reflete associações e analogias, o Drash; e o
quarto nível é o oculto ou esotérico, o Sod, é reflete as miríades de imagens
místicas da Cabalá. A Cabalá pretende nos ensinar como receber e compartilhar
as luzes Divinas que desejamos para realizarmos o grande trabalho do tikun
ha-midót, de retificação e aperfeiçoamento dos nossos caracteres pessoais e
do tikun ha-olam, a retificação e aperfeiçoamento do mundo como um
todo, manifestando essas sagradas Luzes na vida de todos os seres do nosso
mundo, o mundo da ação, chamado em hebraico de olam há-Assiá. E
este trabalho sagrado, avodat hakôdesh, realmente místico, inclui
por meios de nossas ações objetivas, subjetivas e orações a responsabilidade
de libertarmos as chispas Divinas que desde a Criação estão ainda envolvidas
por cascas energéticas ou espirituais chamadas de klipót, e que
devem ser rompidas por nossos pensamentos, palavras e ações, para que essas
chispas sejam elevadas aos planos da Santidade e, assim, podermos manifestar
maiores luzes e bênçãos e realizar o papel para o qual fomos criados, ou seja,
completar a obra da Criação, trazendo a plenitude da luz infinita a todos os
mundos. As ações dos homens reverberam nos mundos superiores como um processo
onde as luzes reveladas e ativadas neste mundo, onde vivemos, são refletidas,
pois na Criação nada é realmente separado e isolado, como mostra a conhecida
figura da “Árvore da Vida” com as 1 O sefirót. Nela, a correspondência e
unidade entre os mundos superiores e o mundo da ação são demonstradas pela
continuidade da Árvore, onde a sefirá de Malchut (a décima sefirá, que indica a
manifestação plena de um nível de existência e consciência) de um plano
superior se torna a primeira sefirá ou Kéter, a Coroa (a primeira sefirá e que
manifesta o desejo ou vontade pura de realização) do mundo imediatamente
abaixo, desde o olam há-Atsilut ou mundo das emanações, onde
há uma infusão inimaginável da luz infinita até o nosso plano de existência,
onde há um nível mínimo de manifestação plena da Luz Maior. Entretanto, a luz
infinita permanece por igual em todos os mundos, porém de modo oculto, e
somente uma face desta poderosa irradiação se manifesta aos seres individuais
como força vital, consciência da alma e energia que é responsável pela
manifestação das miríades de formas da matéria conhecida nos ensinamentos
rosacruzes como a energia de “Espírito” .
Em todos os níveis
não há setor isolado na Criação e a luz infinita permanece oculta; no entanto,
a luz é como difusa por igual em todos os mundos e não apenas no mundo de
Atsilut, pois há uma integração e interação contínua das sefirót em todos os
mundos e, assim, nas sefirót de Assiá estão inclusas as sefirót de Yetsirá, e
nestas estão inclusas as sefirót de Beriá e nelas as sefirót de Atsilut e
fazendo com que a luz do Ein Sof esteja por igual difusa em todos os mundos. .
A Terra como um
planeta pode ser dita Malchut de Malchut de Assiá e todos os fenômenos podem
ser definidos dentro das conexões das sefirót, Assim, o plano espiritual dos
espíritos livres, ou mundo das almas, pode ser dito como Yetsirá de Malchut de
Malchut de Assiá. Esta luz imanente e transcendente, como dissemos, é a
providencia Divina ou hashgahá pratit, que alcança cada indivíduo e
todas as coletividades e nações nos mundos. Além de nos ensinar a receber as
luzes que buscamos, ainda visa a Cabalá, em seus muitos ensinamentos, também
explicar os “porquês” das leis e ensinanças morais e alegóricas dos textos da
Torá.
Os preceitos, ou
mitsvót, se dividem ainda em dois grandes grupos: 248
preceitos positivos, que nos dizem para fazermos alguma coisa que
ativará um órgão ou função objetiva ou subjetiva do corpo e um correspondente
órgão ou função nos mundos superiores; e mais 365 preceitos negativos, que nos
dizem para não fazermos algoe que devem ser lebrados e observados durante os
365 dias do ano.
O caráter divino
desses 613 preceitos também é expresso desta forma no livro “Likutei amarim
Tanya”, de Chabad-Lubavitch, escrito pelo sábio rabi Schneor Zalman de Liadi:
“D-us comprimiu Sua vontade e sabedoria nos 613 mandamentos da Torá e em suas
leis, e nas combinações das letras das Escrituras (Torá, Nevi’im e Ketuvim), e
na exposição dos versículos encontrados nas Agadót e Midrashim dos nossos
sábios, de abençoada memória. Em todos esses, D-us comprimiu Sua vontade e
sabedoria com a finalidade de que toda neshamá ou mesmo as
mais baixas almas dos níveis de rúach e néfesh,
que se encontram no corpo humano, sejam capazes de alcançá-las com seu
intelecto, a fim de que a néfesh ou o rúach ou a neshamá as cumpram o quanto
elas podem ser cumpridas, em ação, fala e pensamento; e com isto vestindo-se
todas as suas 10 faculdades (sefirót) nestas três roupagens ( do pensamento, da
fala e das ações de Torá e mitsvót)”. O termo “Torá”vai muito além dos livros
do Pentateuco, sendo usado para se referir a toda a Bíblia e, de modo geral, a
toda sabedoria extraída dos seus textos, o que inclui ensinamentos orais que
constituem a Mishná, a qual vem a ser o conjunto das interpretações
orais da Torá, os ensinamentos das hagadót ou lendas e
alegorias desenvolvidas durante milênios, e todo o conjunto incontável de
ensinamentos da própria Cabalá.
É dito que a Torá
pode ser dividida em seus ensinamentos místicos em dois grandes grupos: Taamei
Torá, ou razões da Lei, que são ensinamentos profundos eu todos podem ter
acesso e com muitas explicações metafísicas das leis da Torá, que são chamados
de “maasse Bereshit”, e os Sitrei Torá, ou segredos da Lei, que são
níveis restritos de conhecimentos e práticas místicas e reservados a alguns
iniciados que se preparam para receber estes iluminados conhecimentos. São
chamados de “maasse Merkavá”. Como falamos acima na Mishná, convém lembrar que
a jurisprudência ou interpretações tradicionais da Torá vêm desde Moisés, sendo
transmitidas de geração a geração, e esta tradição era, até o início da era
comum, oral e passada do mestre aos seus discípulos, até que foi compilada no
conjunto da Torá oral chamada de Mishná ou segunda Torá. Ela é considerada a
“alma da Torá”, e a Cabalá é chamada de “a alma da alma da Torá”. Foi compilada
pelo sábio príncipe de Israel, Rabino Yehudá há-Nassí, num conjunto de seis
grandes ordens ou volumes de tratados, que abordam todos os assuntos relativos
às leis ou halachót extraídas da Torá de fato, segundo o grande comentarista
espanhol Maimônides, autor da célebre obra “Mishnê Torá”, existem cinco classes
de conteúdo tradicional:
1. Explanações
recebidas por Moisés, com base direta nas Escrituras e que delas podem ser
deduzidas;
2. leis da
tradição mosaica que não têm suporte direto nas Escrituras;
3. Leis deduzidas
racionalmente;
4. Máximas legais
introduzidas pelos Profetas e Mestres de cada geração, visando estabelecer “uma
cerca de proteção em torno da Torá”;
5. Leis de
observação empírica do comportamento e que não se constituem nem acréscimo e
nem diminuição das normas e tradições da Torá.
A Mishná foi,
posteriormente, comentada e discutida por dezenas de sábios que, novamente,
compilaram e escreveram essas discussões no conjunto que recebeu o nome de
Guemará, e juntando os dois imensos conjuntos sagrados de ensinamentos, temos o
Talmude.
Dentro do cânon
judaico, por assim dizer, temos três obras que possuem o mesmo nível de pureza,
elevação e santidade, ou nível de obra sagrada, as quais são: a Bíblia
propriamente dita, chamada em hebraico de Tanách; o Talmude e o Zohar haKadosh.
Quanto ao
aprendizado da Cabalá, consideramos importante lembrar alguns princípios que
norteiam esse aprendizado segundo a Tradição. De pronto, devemos dizer que é
tolice tentar conhecer os fundamentos da Cabalá sem uma sólida formação ética,
de modo a despertar e desenvolver na consciência e no coração um explícito,
espiritual e material amor (Ahavat haShem) pelo Eterno, bendito seja Ele, e por
todos os semelhantes, pois somente por atos solidários e concretos que
expressam amor ao próximo é que podemos receber amor pelo Divino Pai. E também
devemos desenvolver um profundo, honesto e íntimo temor reverencial (e não um
medo assustador) a D-us, Criador e Mantenedor de todos os seres vivos (Yrat
HaShem). E dizemos que realmente tentar aprender esses fundamentos sem conhecer
os comentários da Torá ou as palavras da Torá, chamadas em hebraico de “divrei
Torá”, e também sem conhecer os princípios básicos da Halachá, a lei que se
extrai dos textos da Torá como estão na Mishná, o caminho do entendimento amplo
dos assuntos cabalísticos, poderá ser mais difícil ao buscador para que ele
possa atingir de forma plena seus objetivos. Depois atingir de forma plena seus
objetivos. Depois, atingir de forma plena seus objetivos. Depois de assimilar
os elementos básicos da filosofia e da cosmogonia, então, pode o buscador
alcançar a conexão com as luzes sagradas da Tradição, iniciar e mergulhar sua
atenção e esforços nos conhecimentos profundos e vastos da santa Cabalá. E aí,
conhecer algumas de suas obras e tratados, que chegam a mais de 3000 obras
escritas. Poderá então sentir o sabor e respirar o perfume desta cara “ciência
da Árvore da Vida” e mesmo aprofundar-se no sagrado Zohar, o Livro do
Esplendor. A cada um é dado .de acordo com o seu próprio entendimento.
O Zohar é
considerado corno a “Bíblia dos Cabalistas” e se constitui na maior obra de
ensinamentos esotéricos da Torá, tendo sido escrito no século I e.c., pelo
Rabino Shimon Bar Yochai, chamado, graças à imensa profundidade e iluminação
de suas ensinanças, de a “Lâmpada Sagrada” ou Ner haKôdesh. Ele reuniu
em torno de si.um grupo de homens justos e sábios e foi digno de receber
revelações do profeta Elias e do próprio Moisés, nosso mestre. É claro que
todos esses ensinamentos são baseados em tradições antigas e todas extraídas
dos textos da Torá. Existem milhares de obras e volumes dedicados à Cabalá. No
entanto, podemos citar outras obras que são consideradas como a base do tripé
escriturístico dela, que são: o Sefer Yetsirá, o Livro da Formação, escrito,
segundo a tradição, pelo próprio patriarca maior de Israel, Abraham Avinu, e o
terceiro volume que é o Sefer Bahir, escrito pelo sábio Rabino Nehuniá ben ha-Kaná,
dentro dos estilos do Zohar. Então, é bom lembrar que dentro do edifício imenso
do saber da Cabalá estão, além dos estudos e ensinamentos práticos de
interpretações das Escrituras Sagradas, outros profundos ensinamentos de
Astrologia, Angelologia, Arte Talismânica, Ética, Psicologia, Numerologia etc.
Cada um, homem ou mulher, desde o inicio do século XX, se for seu desejo sincero,
poderá buscar aprender e se aprofundar nesses ensinamentos sagrados daTradição.
E, como está
escrito em relação a esses estudos: “Estuda, aprende e pense por si mesmo”,
pois o buscador deve manifestar maturidade ética e espiritual para saber
receber, assimilar, transformar e passar ou compartilhar as luzes recebidas com
todos aqueles dignos de
as receberem, para
que o “tikun ha-olam” ou retificação moral, social e espiritual do mundo,
diga-se, do caráter das ações no mundo, seja realizada para todos nós que
compartilhamos o raro privilégio de sermos humanos em evolução contínua. Assim
poderemos usufruir da paz, da fraternidade, da justa igualdade e da convivência
social solidária e livre consciência, para decidirmos e agirmos com discernimento,
sabedoria, confiança e coragem, sabendo dar os melhores passos para a
continuidade harmoniosa da vida individual e coletiva da Grande Família Humana
na Terra.
Que o Eterno,
bendito seja Ele, nos abençoe com a paz e as Luzes que necessitamos para
realizarmos e atualizarmos este imenso trabalho espiritual para o benefício de
toda a Grande Família Humana na Terra! Amén! Selá! Qpe assim seja!
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