A
ATA
“Independência ou morte”,
óleo sobre tela do paraibano Pedro Américo (1888). Detalhe para o fato de que
os Dragões da Independência só viriam a ter a composição e uniforme expostos no
quadro, a partir de 1831, bem como as espadas que empunham não existiam em
1822.
A
história por trás do Dia do Maçom
Dia
20 de Agosto é o dia do Maçom, no Brasil, porque a Independência do Brasil, que
foi realizada em 07 de Setembro, foi decidida na Loja Maçônica Comercio e Artes
n°1 - GOB-RJ, depois do discurso proferido pelo Ir.'. Joaquim Gonçalves
Ledo.
A
escolha da data foi em Belém-PA, em um conclave das Sereníssimas Grande Lojas
Brasileiras, mas o motivo da escolha da data foi o Discurso do Ir:. Joaquim
Gonçalves Ledo e, que muitos dizem ter sido proferido no dia 20 de Agosto e não
no dia 07 de Setembro, que foi o dia da Independência do Brasil.
Independência
do Brasil é como foi chamada a separação política entre a Colônia do Brasil e a
Metrópole Portuguesa, declarada oficialmente no dia 07 de setembro de 1.822. O
processo de Independência começou com o agravamento da crise do sistema
colonial e se estendeu até a adoção da primeira Constituição brasileira, em
1824.
O
Ir.'. Joaquim Gonçalves Ledo foi um dos maiores autores da Independência
do Brasil, se não o maior!
A
peça de arquitetura que a seguir foi transcrita do Boletim Oficial do GRANDE
ORIENTE DO BRASIL - GOB (Boletim de Julho/Agosto, de 1963), é dirigida ao
hesitante Príncipe D. Pedro e entre seus arrojados conceitos lá esta a
antecipação da Doutrina de Monroe. Vejam só:
“SENHOR!
A natureza, a razão e a humanidade, este feixe indissolúvel e sagrado, que
nenhuma força humana pode quebrar, gravaram no coração do homem uma propensão
irresistível para, por todos os meios e com todas as forças em todas as épocas
e em todos os lugares, buscarem ou melhorarem o seu bem estar.
Este
princípio tão santo como a sua origem, e de centuplicada força quando aplicado
as nações, era de sobra para o Brasil, esta porção preciosa do globo habitado,
não acedesse a inerte expectação de sua futura sorte, tal qual fosse decretada
longe de seus lugares e no meio de uma potência (Portugal) que deveria
reconhecer inimiga de sua glória, zelosa de sua grandeza, e que bastante
deixava ver pelo seu Manifesto às nações que queria firmar a sua ressurreição
política sobre a morte do nascente Império Luso-Brasileiro, pois baseava as
razões de sua decadência sobre a elevação gloriosa deste filho da América – o
Brasil.
Se a
esta tão óbvia e justa consideração quisesse juntar a sua dolorosa experiência
de trezentos e oito anos, em que o Brasil só existira para Portugal para pagar
tributos que motivos não encontraria na cadeia tenebrosa de seus males para
chamar a atenção e vigilância de todos os seus filhos a usar da soberania que
lhe compete, e dos mesmo direitos de que usara Portugal e por si mesmo tratar
de sua existência e representação política, da sua prosperidade e da sua
constituição? Sim, o Brasil podia dizer a Portugal: ‘Desde que o sol abriu o
seu túmulo e dele me fez saltar para apresentar-se ao ditoso Cabral a minha
fertilidade, a minha riqueza, a minha prosperidade, tudo te sacrifiquei, tudo
te dei, e tu que me deste? Escravidão e só escravidão. Cavavam o seio das
montanhas, penetravam o centro do meu solo para te mandarem o ouro, com que
pagavas as nações estrangeiras a tua conservação e as obras com que decoras a
tua majestosa capital; e tu quando a sôfrega ambição devorou os tesouros, que
sob mão se achavam nos meus terrenos, quisestes impor-me o mais odioso dos
tributos, a ‘capitação’. Mudavam o curso dos meus caudolosos rios para
arrancarem de seus leitos os diamantes que brilham na coroa do monarca; despiam
as minhas florestas para enriquecerem a tua grandeza, que todavia deixava cair
das enfraquecidas mãos ... E tu que deste? Opressão e vilipêndio! Mandavas
queimar os filatórios e teares, onde minha nascente indústria beneficiava o
algodão para vestir os meus filhos; negavas-me a luz das ciências para que não
pudesse conhecer os meus direitos nem figurar entre os povos cultos; acanhavas
a minha indústria para me conservares na mais triste dependência da tua;
desejavas até diminuir as fontes da minha natural grandeza e não querias que eu
conhecesse o Universo senão o pequeno terreno que tu ocupas. Eu acolhi no meu
seio os teus filhos a que doirava a existência e tu me mandavas em paga tiranos
indomáveis que me laceravam.
Agora
é tempo de reempossar-me de minha Liberdade; basta de oferecer-me em sacrifício
as tuas interessadas vistas. Assaz te conheci, demasiando te servi... – os
povos não são propriedade de ninguém’. Talvez o Congresso de Lisboa no devaneio
de sua fúria (e será uma nova inconsequência) dê o nome rebelião ao passo
heróico das províncias do Brasil a reassunção de sua soberania desprezada; mas
se o fizer, deverá primeiro declarar rebelde a Razão, que prescreve aos homens
não se deixarem esmagar pelos outros homens, deverá declarar rebelde a
Natureza, que ensinou aos filhos a separarem-se dos seus pais, quando tocam a
época de sua virilidade; é mister declarar rebelde a Justiça, que não autoriza
usurpação, nem perfídias; é mister declarar rebelde o próprio Portugal, que
encetou a macha de sua monarquia, separando-se de Castela; é mister declarar-se
rebelde a si mesmo (esse Congresso), porque se a força irresistível das coisas
prometia a futura desunião dos dois Reinos os seus procedimentos aceleraram
esta época, sem dúvida fatal para outra parte da nação que se queira
engrandecer.
O
Brasil, elevado à categoria de Reino, reconhecido por todas as potencias e com
todas as formalidades que fazem o direito público na Europa, tem
inquestionavelmente jus a reempossar-se da porção de soberania que lhe compete,
porque o estabelecimento da ordem constitucional é negócio privativo de cada
povo. A independência, Senhor, no sentido dos mais abalizados políticos, é
inata nas colônias, como a separação das famílias o é na Humanidade.
A
natureza não formou satélites maiores que os seus planetas. A América deve
pertencer à America, e Europa à Europa, porque não debalde o Grande Arquiteto
do Universo meteu entre elas o espaço imenso que as separa. O momento para
estabelecer-se um perdurável sistema, e ligar todas as partes do nosso grande
todo, é este... O Brasil, no meio das nações independentes, e que falam com
exemplo de felicidade, não pode conservar-se colonialmente sujeito a uma nação
remota e pequena, sem forças para defendê-lo e ainda para conquistá-lo. As
nações do Universo têm os olhos sobre nós, brasileiros, e sobre ti, Príncipe!
Cumpre aparecer entre elas como rebeldes ou como homens livres e dignos de o
ser. Tu já conheces os bens e os males que te esperam e à tua posteridade.
Queres ou não queres Resolve, Senhor!”
Fonte: Secretaria de Comunicação e Imprensa do Grande
Oriente de São Paulo - GOSP
PARA
SABER MAIS: SOBRE
O RITO DE YORK – PARTE 01
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