A ORDEM DOS ELUS COHEN DO UNIVERSO
FUNDADA POR MARTINEZ DE PASQUALLY
FUNDADA POR MARTINEZ DE PASQUALLY
O
nome completo era Jacques de Livron Joachin de la Tour de la Casa Martinez de
Pasqually. Nasceu em Grenoble, França, em 1727. Seu pai tinha uma patente
maçônica emitida por Charles Stuart, Rei da Escócia, Irlanda e Inglaterra,
fechada em 20 de maio de 1738, outorgando-lhe o cargo de Grande Mestre
Delegado, com autoridade para levantar templos para a glória do Grande
Arquiteto do Universo, e para transmitir a referida Carta Patente a seu filho
maior. A patente e os poderes foram transmitidos depois de sua morte a seu
filho que tinha 28 anos.
Martinez
de Pasqually (1727-1779).
Martinez
foi um grande homem que tentou durante toda a sua vida, infundir a
espiritualidade à Maçonaria.
A
doutrina de Martinez se expõe em um único livro que escreveu: Tratado da
Reintegração dos Seres. É um comentário sobre o Pentateuco. Ele fundou uma
Ordem não estritamente maçônica, senão composta exclusivamente por maçons:
“Ordem dos Cavaleiros Elus Cohen do Universo / Ordem dos Cavaleiros Maçons,
Sacerdotes Eleitos do Universo”. Esta Ordem complementava os tradicionais três
graus maçônicos, Aprendiz, Companheiro e Mestre, com um sistema de Altos Graus.
Em
1774, Martinez fundou, em Montpellier, França, um Capítulo Maçônico, “Os Juizes
Escoceses”. Entre 1755 e 1760, Martinez viajou pela França, recrutando membros
para sua organização. Em 1760, fundou em Foix, França, o Capítulo “O Templo
Cohen”. Em 1761, fundou em Bordeaux, França, a Loja “A Perfeição Elus
Escocesa”. Os membros fundadores foram o Conde D'Alzac, o Marques de Lescourt,
os irmãos D'Auberton, de Oasen, de Bobié, Jules Tafar, Morris e Lecembard.
Em
26 de maio de 1763, Martinez enviou sua Patente de Stuart à Grande Loja da
França, informando-lhes que havia fundado em Bordeaux, um Templo de cinco graus
de perfeição, dos quais Martinez era o fiador, sob os termos da patente do “Rei
Stuart da Escócia, Irlanda e Inglaterra, Grande Mestre de todas as Lojas
espalhadas sobre a face da Terra”. O nome da Loja foi trocado para “A Francesa
Elus Escocesa”. Em 1° de março de 1765 a Grande Loja da França aprovou e
registrou esta Loja.
Em
1765, Martinez viajou a Paris, de onde organizou sua futura Loja parisiense. Em
21 de março de 1757, fundou o “Tribunal Soberano dos Elus Cohen”, com Bacon de
la Chevaliere como seu Delegado. Desde 1770 o Rito dos Elus Cohen tinha templos
em numerosas cidades: Bordeaux, Montpellier, Avignon, Foix, La Rochelle,
Verssailles, Paris e Metz. Um templo se abriu em Lyon e graças ao entusiasmo do
discípulo Jean Baptiste Willermoz, esta cidade se converteu em um centro
espiritual desta Ordem por muitos anos. Em 20 de setembro de 1774, Martinez
faleceu em Port aux Prince, Haiti.
A
Ordem dos Elus Cohen se dividia em três classes:
Primeira Classe:
Continha os três graus da Maçonaria Simbólica, a saber 1)
Aprendiz, 2) Companheiro e 3) Mestre e mais um quarto grau de 4)
Grande Eleito ou Mestre Particular.
Segunda Classe:
compreendia os chamados Graus do Pórtico ou Átrio, de 5)
Aprendiz-Elus Cohen, 6) Companheiro-Elus Cohen e 7) Mestre-Elus
Cohen.
Terceira Classe:
continha os Graus de Templo, de 8) Grande Mestre Elus Cohen, 9)
Cavaleiro do Este ou Grande Arquiteto e 10) Comandante do Este ou Grande
Eleito de Zorobabel.
Além
deste, existia um grau secreto: o de 11) Reau-Croix, que não se deve
confundir com o grau Rosa Cruz, que apareceria mais tarde na Maçonaria. Neste
grau, o iniciado se colocava em contato com os planos espirituais além do
físico, através de invocações mágicas e práticas teúrgicas. O objetivo da Ordem
era alcançar a visão beatífica do Reparador Jesus Cristo, como resposta a suas
evocações mágicas.
Martinez
conferiu o título de “Juiz Soberano e Superior Incógnito da Ordem” a seus
discípulos Bacon de La Chevaliere, Johan Baptiste Willermoz, de Serre, Du Roy,
D'Hauterive e de Lusignan.
Jean
Baptiste de Willermoz (1730-1824).
Antes
de sua morte, ocorrida em 1778, Martinez havia designado como sucessor, seu
primo Armand Cagnet de Lestére, que faleceu em 1778, logo após transmitir seus
poderes ao “Mui Poderoso Mestre” Sebastian de las Casas. A continuação suscitou
numerosas disputas nos templos da Europa e geraram divisões que impediram
unificar o Rito. Supõe-se que se transmitiu de pessoa para pessoa, dentro de
cenáculos conhecidos como Areópagos Kabalísticos, de nove membros da Ordem. Um
dos últimos nomes que se dispõe é o de um tal Destigny, que morreu em 1868.
Ao
finalizar a Segunda Guerra Mundial, três iniciados S.I. fundaram uma Ordem
Martinista dos Elus Cohen. Um deles foi o Grande Mestre Robert Ambelain (Sar
Aurifer), com materiais diversos. Esta Ordem pratica o caminho teúrgico dos
Elus Cohen, porem é muito duvidoso que seja a continuação dos mesmos. Em 22 de
agosto de 1996, Sar Aurifer vivia em Paris, França.
Nota: Em 1895, Papus
admitiu possuir rituais e arquivos originais da Ordem dos Elus-Cohen, que
chegaram a suas mãos, seguindo o seguinte trajeto:
1)
os arquivos passaram primeiro pelas mãos de Willermoz, aproximadamente em 1782;
2)
de Willermoz passaram para as mãos de seu sobrinho;
3)
deste sobrinho para a viúva do mesmo;
4)
desta viúva para M. Cavernier, um estudante de ocultismo;
5)
que por mediação de um vendedor de livros chamado M. Elie Steel, Papus foi
posto em contato com Carvenier;
6)
que permitiu a Papus copiar os principais documentos.
Os
ensinamentos dos Elus Cohen
Arthur
Edward Waite indica os seguintes estudos dos “Sacerdotes Eleitos” ou “Elus
Cohen”. Os três primeiros graus são maçônicos. Os seguintes tratam de:
Quinto Grau Aprendiz Eleito Cohen: a
instrução deste grau divide o conhecimento sobre a existência do Grande
Arquiteto do Universo e sobre o princípio da emanação espiritual do homem.
Mesmo a Ordem é emanada do Criador e tem sido perpetuada até nossos dias por
Adão, de Adão para Noé, de Noé para Melquizedeque, portanto a Abraão, Moisés,
Salomão, Zorobabel e Cristo. O sentido desta transmissão dogmática é que sempre
tem existido uma Tradição Secreta no mundo, e que sucessivas épocas a tem
manifestado com sucessivas custódias. È com este sentido que a Ordem diz Ter o
propósito de manter o homem e sua virtude primitiva, com seus poderes
espirituais e divinos.
Sexto Grau Companheiro Eleito Cohen: o
estudante aprende a Caída do Homem. Ele é passado da perpendicular ao
triângulo, ou da união do Primeiro Princípio ao da triplicidade das coisas
existentes. O grau de Companheiro tipifica essa transição. Ao Candidato
desfazer a Queda, na qual seu próprio espírito se acha submerso.
Sétimo Grau Mestre Eleito Cohen:
simbolicamente o Candidato passa do triângulo ao círculo. Trabalha nos círculos
de expiação que dizem ser seis, em correspondência com as seis concepções
utilizadas pelo Grande Arquiteto na construção do Templo Universal. Se explica
o simbolismo do Templo de Salomão. Estimula-se os membros deste Grau a
caridade, aos bons exemplos e a todos os deveres da Ordem, para a reintegração
de seus princípios individuais, simbolizados no Mercúrio, o Enxofre e o Sal.
Oitavo Grau Grande Mestre Eleito Cohen
Particular: o candidato entra no círculo da reconciliação.
Estimula-o a abraçar a causa da luta contra o mal sobre a terra, que tenta destruir
a Lei divina. Devem ser soldados do Reconciliador, o Cristo. Se adverte o
candidato a não ingressar em ordens secretas que pervertem os ensinamentos
recebidos. Simbolicamente o candidato tem 33 anos.
Nono Grau Grande Arquiteto ou Cavaleiro
do Este: simbolicamente o candidato tem 80 anos. É um Grau de
Luz e o Templo se abre com todas as luzes acesas. Existem quatro Guardiões, que
representam aos quatro ângulos dos quatro pontos cardeais do céu. Se estudam os
mistérios das Tábuas Enoquianas de John Dee.
Os
membros deste grau se ocupam da purificação de seus sentidos físicos, de modo a
poder participar na obra do Espírito Santo. Se lhes instrui a construir novos
Tabernáculos e a destruir os antigos. Estes quatro tabernáculos são: 1) O
corpo do homem; 2) O corpo da mulher; 3) O Tabernáculo de
Moisés; 4) O Tabernáculo do Sol, ou Tabernáculo temporal espiritual no
qual o Grande Arquiteto do Universo destinou conter os nomes sagrados e
palavras sagradas de reação espiritual e material. Se pronuncia o nome de
Cristo pela primeira vez no Rito.
Décimo Grau Grande Eleito de Zorobabel
ou Comandante do Este: o Candidato trabalha sobre a Redenção. É
muito pouco do que se pode dizer desse Grau.
Décimo Primeiro Grau Cavaleiro Reaux
Croix: sem dados. Supõe-se que simboliza a realização de
Cristo.
FONTE: Hermanubis Martinista
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