quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

FELIZ PÁSCOA!




Por Louis-Claude de Saint Martin

             "A morte! Será que ela ainda existe? Não teria sido ainda destruída? Será que o grande sacrificador e grande instrutor da prece não esgotou, através de seu suplício, todas as angústias dessa morte? Será que não sofreu a morte de violência a fim de que não tivéssemos mais senão a morte de alegria? Será que, depois que ele consumou tudo, podemos ter ainda algo a sofrer? 

"Não, a morte não é para nós mais do que a entrada no templo da glória. O combate foi travado, a vitória foi conquistada, não temos mais que receber da morte senão a palma do triunfo. 

"A Morte! Seria com a morte corporal que o sábio contaria para alguma coisa? Esta morte não é senão um ato do tempo; que relação poderia ela ter com o homem da eternidade? O homem também não teria a idéia da morte se não tivesse o sentimento da eternidade com o qual essa idéia da morte contrasta, e pode-se extrair daí uma outra conseqüência: a de que o homem sábio deve ter o conhecimento moral de sua morte particular. Ele deve seguí-la em todos os seus detalhes; deve se ver morrer já que sua eternidade pessoal deve ver tudo o que se passa no tempo para ele. 

"Mas para que cumpra com dignidade todos os instantes da importante tarefa de sua vida - sem o que ele morre nas trevas e sem sabê-lo, como as nações e os homens da torrente. Ora, o único mal que poderíamos experimentar da parte da morte é o morrer antes de nascer; porque para aqueles que nascem antes de morrer, a morte não passa de um verdadeiro benefício."


In: Revista L'Initiation, nº 4, ano 1953.

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