Por Louis-Claude de Saint Martin
"Não,
a morte não é para nós mais do que a entrada no templo da glória. O combate foi
travado, a vitória foi conquistada, não temos mais que receber da morte senão a
palma do triunfo.
"A
Morte! Seria com a morte corporal que o sábio contaria para alguma coisa? Esta
morte não é senão um ato do tempo; que relação poderia ela ter com o homem da
eternidade? O homem também não teria a idéia da morte se não tivesse o
sentimento da eternidade com o qual essa idéia da morte contrasta, e pode-se
extrair daí uma outra conseqüência: a de que o homem sábio deve ter o
conhecimento moral de sua morte particular. Ele deve seguí-la em todos os seus
detalhes; deve se ver morrer já que sua eternidade pessoal deve ver tudo o que
se passa no tempo para ele.
"Mas
para que cumpra com dignidade todos os instantes da importante tarefa de sua
vida - sem o que ele morre nas trevas e sem sabê-lo, como as nações e os homens
da torrente. Ora, o único mal que poderíamos experimentar da parte da morte é o
morrer antes de nascer; porque para aqueles que nascem antes de morrer, a morte
não passa de um verdadeiro benefício."
In: Revista L'Initiation, nº 4, ano 1953.
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