Para
leitura e reflexão, pequeno trecho da obra mais recente de Bento XVI:
“(...)
na história de Jesus, há dois pontos nos quais o agir de Deus intervém
diretamente no mundo material: o seu nascimento da Virgem e a ressurreição do
sepulcro, donde Jesus saiu e não sofreu corrupção. Esses dois pontos são um
escândalo para o espírito moderno. A Deus é concedido agir sobre as ideias e os
pensamentos, na esfera espiritual, mas não sobre a matéria. Isso incomoda; ali
não é o seu lugar. Mas é precisamente disto que se trata: que Deus é Deus, e
não se move apenas no mundo das ideias. Nesse sentido, em ambos os pontos,
trata-se precisamente de Deus ser Deus. Está em jogo a questão: também Lhe
pertence a matéria?
“Naturalmente
não se podem atribuir a Deus coisas insensatas ou não razoáveis ou que estejam
em contraste com a sua criação. Ora, aqui não se trata de algo não razoável ou
de contraditório, mas precisamente de algo de positivo: do poder criador de
Deus, que abraça todo o ser. Por isso, estes dois pontos – o parto virginal e a
ressurreição real do túmulo – são pedras de toque para a fé. Se Deus não tem
poder também sobre a matéria, então Ele não é Deus. Mas Ele possui esse poder
e, com a concepção e a ressurreição de Jesus Cristo, inaugurou uma nova criação;
assim, enquanto Criador, Ele é também o nosso Redentor.”
Ratzinger,
Joseph. A infância de Jesus. São Paulo: Planeta, 2012, p. 52.
Nenhum comentário:
Postar um comentário