terça-feira, 17 de dezembro de 2024

A QUEDA DO INICIADO

 


Quando um discípulo de Buda deixa de o ser [por Buda]

 

Na estação das chuvas, muitos discípulos se estabeleceram na comarca de Vriji, desolada pela fome. Um dos discípulos propôs aos seus irmãos que se elogiassem mutuamente perante o povo dizendo: “Este monge é um santo, teve visões celestes, possui faculdades sobrenaturais e pode fazer milagres.” E os aldeões dirão: “Certamente é uma felicidade que estes santos varões venham entre nós na estação da chuva. Deste modo o povo nos dará oferendas de boa vontade e não sofreremos fome.”

Quando o Buda soube disto, mandou que Ananda reunisse todos os discípulos e disse-lhes:

– Dizei-me, ó discípulos, quando é que um discípulo deixa de o ser?

Sariputra respondeu-lhe:

[...]

– O bom discípulo não deve vangloriar-se de virtude, nem de nenhuma qualidade sobre-humana. O discípulo que, por egoísmo ou proveito pessoal, se envaidece de possuir faculdades extraordinárias, de ter visões celestes, ou de agir por meio de milagres, não é discípulo de Sakyamuni.1

– Assim, ó discípulos, não vos deveis valer de feitiços nem de orações, porque são inúteis, já que tudo está regido pela lei do carma. Quem tenta fazer milagres, não compreendeu a doutrina do Tathagata.2

 

(BUDA apud GEORGES DA SILVA; HOMENKO, 1982, p. 122-123; colchetes nossos)

 

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Dhammapada [por Buda; versos selecionados]

 

19.          Falar muito e recitar os textos sagrados, mas não agir consoante a eles, este incauto assemelha-se a um vaqueiro que só conta o gado alheio. Não é discípulo do Bem-aventurado.

74.          “Que os leigos e religiosos me julguem perfeito, que a mim obedeçam e se submetam às minhas menores ordens” – assim pensa e fala o insensato, e seus desejos e orgulho crescem sem cessar.

259.      Não é recitando os textos que alguém é sustentáculo da Doutrina; mas o que, embora pouco instruído na Doutrina, a realiza e não a negligencia, este, sim, é um sábio.

312.      Não há grandes frutos a esperar de um dever cumprido negligentemente, de um voto vacilante, ou de uma castidade hesitante.

313.      O que devemos fazer, façamo-lo com decisão e energia; a indolência abre a porta para a paixão. Um insensato peregrino só levanta o pó da estrada, o perigoso pó dos desejos.

394.      Para que te servem os cabelos trançados e o manto de pele de antílope com que te abrigas, ó insensato, se ocultas uma selva de paixões no coração e teu aspecto é só aparência!

 

(BUDA, 2004, p. 21, 27, 44, 50 e 59)

 

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Atthaka – Sermão de Buda a Tissametteiya sobre a luxúria – Tissametteiya Sutta [por Buda]

 

Tissametteiya: – Senhor, que tens para nos ensinar sobre a luxúria, para que possamos levar conosco tuas palavras até mesmo aos mais seguros confins das florestas?

Buda: – O homem lascivo é ignobil, meu caro Metteiya – falou o Bhagavat –, e todo aquele que negligencia meu preceito é insensato.

Aquele que, já tendo vivido no recolhimento, passa agora a ceder à luxúria, é chamado pelos outros de vulgar e por eles comparado a um carro desgovernado.

Um homem assim perde todo o respeito de que, até então, se havia feito merecedor. Ao verdes isto, deveis esforçar-vos para evitar a luxúria.

Vendo-se acusado e censurado, o homem lúbrico entra em depressão e sua melancolia é tão grande quanto a do condenado.

Atormentado pelos comentários alheios, o homem licencioso mais ainda se prejudica quando recorre à mentira.

A princípio, quando ainda recluso, era ele julgado um sábio, mas agora que se entrega à devassidão, chamam-no tolo.

Compreendendo o perigo da sensualidade, deve o sábio, em sua nobreza, ater-se rigorosamente, do princípio ao fim de sua vida, ao recolhimento.

Deve ele, portanto, ir sempre só em suas peregrinações, pois que este é o tipo de vida que enobrece.

Mas que nunca julgue ele ser o melhor dos homens, mesmo que já se encontre no limiar do Nirvana.

Em sua tranqüilidade, depois que já venceu os desejos dos sentidos, o sábio permanece livre e atinge a outra margem.

É ele invejado pelos que ainda se acham escravizados às ilusões dos sentidos.

 

(BUDA, 2004, p. 72-73)

 

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Os anarthas provenientes de bhakti [por Śrīla Viśvanātha Cakravartī]

  

Assim como, juntamente com uma planta principal, muitas ervas daninhas crescem; através do cultivo de bhakti, surge o que às vezes pode ser equivocadamente entendido como brotos da trepadeira de bhakti, mas que não o são de fato – trata-se de desejos mundanos por adoração e respeito por parte de outros, aceitação de posições confortáveis, fama e assim por diante. Tudo isso macula a consciência do praticante. Vicejando desta maneira, estes anarthas3 oriundos da bhakti-yoga4 impedem o crescimento da trepadeira cujo cultivo sim é de interesse, a trepadeira do amor a Deus.

 

(THAKURA, 2019, p. 63)

 

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Bhagavad-gītā, Capítulo 2, verso 62

 

Para quem medita nos objetos dos sentidos, surge o apego. Do apego, surge o desejo. Do desejo, surge a ira.

 

[Comentário de Śrīla Viśvanātha Cakravartī:]

 

Uma pessoa que pensa nos objetos dos sentidos desenvolve apego (saṅga) a eles. E desse apego, ela desenvolve forte desejo (kāma) por esses objetos. Do desejo, a ira nasce devido a obstrução por parte de alguém ou parte de algo para a realização do desejo.

 

(VYASADEVA, 2019, p. 95)

 

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Bhagavad-gītā, Capítulo 2, verso 63

 

Da ira, surge a desorientação. Da desorientação, surge a perda da memória. Da perda da memória, vem a perda da inteligência. Com a perda da inteligência, o sujeito é completamente arruinado.

 

[Comentário de Śrīla Viśvanātha Cakravartī:]

 

Da ira, desenvolve-se ausência de discriminação do que deve ser feito e do que não deve ser feito (saṁmohaḥ). Da confusão, desenvolve-se a perda da lembrança dos benefícios pessoais derivados das instruções escriturais (smṛti-vibhramaḥ). Daí vem a perda da determinação em seguir com as práticas espirituais (buddhi-nāśa). Então, cai-se no poço do saṁsāra.5

 

(VYASADEVA, 2019, p. 95 e 96)

 

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Bhagavad-gītā, Capítulo 2, versos 62 e 63

 

[Comentário de Chandramukha Swami:]

 

Os sentidos são fortes e impetuosos e têm o poder de arrastar a mente de qualquer um – especialmente no que diz respeito ao impulso sexual. Portanto, deve-se entender que sem uma ocupação constante nas atividades espirituais é absolutamente impossível controlar os sentidos. Isto corre porqsue os sentidos exigem ocupações práticas. Portanto, se não estiverem espiritualmente ocupados, os sentidso certamente se precipitarão em atividades para desfrute material.

 

(SWAMI, Chandramukha, s./d., p. 38)

 

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Bhagavad-gītā, Capítulo 2, versos 62 e 63

 

[Comentário de Ithamar Theodor:]

 

Esta seção, portanto, elabora o tópico da restrição dos sentidos e sua relação com a iluminação; tendo em vista a importância deste assunto, as ideias centrais são articuladas:

1) O indivíduo fixo em iluminação estável é capaz de retirar seus sentidos de seus objetos como uma tartaruga recolhe seus membros para dentro do seu casco.

2) Os sentidos arrastam a mente dele, mesmo que ele seja sábio e se esforce para contê-los.

3) Os desejos surgem da contemplação mental dos objetos dos sentidos.

4) Quando a mente segue os sentidos errantes, ela leva a inteligência embora, como o vento leva embora um barco no mar.

5) O estado de iluminação requer sentidos contidos e indiferença aos desejos.

6) Aquele que é livre de paixões alcança a paz.

[...]

Quando os sentidos são vitoriosos, ocorre uma cadeia de eventos, levando à destruição da tentativa de libertação deste mundo e, consequentemente, a pessoa retorna ao saṁsāra. Como uma ocorrência na cadeia de eventos leva a outra, ela é causal e é composta de oito fases: começa com a contemplação dos objetos dos sentidos, depois surge o apego por eles, o desejo surge em seguida, que é seguido pela ira. A ira é seguida pela ilusão que é seguida pelo esquecimento, o que causa a perda da inteligência e, subsequentemente, o indivíduo retorna ao saṁsāra e fica, portanto, arruinado. Isso nos lembra uma cadeia causal similar budista chamada pratītya-samutpāda ou “origem dependente”, composta de 12 fases, começando com a ignorância e resultando na velhice e na morte. Ao contrário do indivíduo descontrolado que é, por fim, derrotado, a alma vitoriosa que é capaz de restringir os sentidos, a mente e seus desejos, torna-se subsequentemente indiferente aos desejos externos e conquista a paz interior.

 

(THEODOR, 2021, p. 69-71; colchetes nossos)

 

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Bhagavad-gītā, Capítulo 3, versos 37 e 39

 

É a luxúria (kāma) (que se converte em) ira (krodha), nascida (samudbhavaḥ) no modo da paixão (raja-guṇa). A luxúria é devoradora (mahā-aśana) e altamente pecaminosa (mahā-pāpmā). Saiba que é a inimiga neste mundo.

[...]

Ó Kaunteya, o discernimento (jñāna) de um jñānin (pessoa culta) é coberto (āvṛtam) pelo eterno inimigo (nitya-vairin) na forma da luxúria (kāma-rūpa), que é insaciável (duṣpūra) e arde como o fogo (anala).

 

[Comentário de Purushatraya Swami:]

 

A pessoa dominada por raja-guṇa6 e tama-guṇa7 é uma presa fácil das paixões irracionais, que entram imperceptivelmente na consciência. Uma vez entranhadas na consciência, é dificilimo removê-las. A única possibilidade de limpar a consciência é pela prática sincera e empenhada de um processo genuíno de autorrealização espiritual. O policiamento da consciência para evitar a infiltração de “paixões irracionais” deve ser um projeto vitalício.

 

(SWAMI, Purushatraya, 2023, p. 111-112; colchetes nossos)

 

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Bhagavad-gītā, Capítulo 3, verso 37

 

[Trecho da explicação de Śrīla Prabhupāda:]

 

Quando uma entidade viva entra em contato com a criação material, seu amor eterno por Kṛṣṇa se transforma em luxúria, em associação com o modo da paixão. Ou, em outras palavras, o sentimento de amor a Deus transforma-se em luxúria, assim como o leite em contato com tamarindo azedo se transforma em iogurte. E depois, quando a luxúria não se satisfaz, ela se converte em ira; a ira transforma-se em ilusão, e a ilusão continua a existência material. Portanto, a luxúria é o pior inimigo da entidade viva, e é unicamente a luxúria que induz a entidade viva pura a permanecer envolvida no mundo material. A ira é a manifestação do modo da ignorância; estes modos se exibem como ira e outras variações. Portanto, se os modos da paixão, ao invés de se degradarem aos modos da ignorância, elevam-se aos modos da bondade através do método prescrito para vida e ação, então a pessoa pode se salvar da degradação da ira, através do apego espiritual.

 

(PRABHUPĀDA, 1976, p. 154-155)

 

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Bhagavad-gītā, Capítulo 3, verso 39

 

[Trecho da explicação de Śrīla Prabhupāda:]

 

Está dito no Manu-smṛti que não se pode satisfazer a luxúria com  nenhuma quantidade de prazer dos sentidos, da mesma forma que o fogo nunca se extingue através de um suprimento constante de combustível. No mundo material, o sexo é o centro de todas as atividades, e desse modo este mundo material é chamado maithunya-āgāra, ou seja, as algemas da vida sexual. Nas penitenciárias comuns os criminosos são mantidos atrás das grades; similarmente, os criminosos que são desobedientes às leis do Senhor são algemados pela vida sexual.

 

(PRABHUPĀDA, 1976, p. 157)

 

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Śrīmad-Bhāgavatam, Canto 11, Capítulo 28, verso 28

 

Assim como uma doença mal tratada reaparece e causa repetidos sofrimentos ao paciente, a mente que não se purificou por completo de suas tendências pervertidas permanecerá apegada a coisas materiais e repetidas vezes atormentará o yogī imperfeito.

 

(ŚRĪMAD-BHĀGAVATAM, 1995, p. 682)

 

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Śrīmad-Bhāgavatam, Canto 6, Capítulo 1, versos 58-67
[A História de Ajāmila; trecho selecionado]

   

58-60. Certa vez, esse brāhmaṇa Ajāmila, seguindo a ordem de seu pai, foi à floresta colher frutas, flores e duas espécies de gramíneas, chamadas samit e kuśa. No caminho de volta para casa, deparou-se com um śūdra, um homem de quarta classe muitíssimo luxurioso e que desavergonhadamente abraçava e beijava uma prostituta. O śūdra sorria, cantava e alegrava-se como se esse seu comportamento fosse digno. Tanto o śūdra quanto a prostituta estavam embriagados. Os olhos da prostituta giravam de embriaguez, e sua roupa se afrouxara. Foi nesse estado que Ajāmila os viu.

61. O śūdra, cujo braço estava decorado com pó de cúrcuma, abraçava a prostituta. Quando Ajāmila a viu, os desejos luxuriosos, que estavam adormecidos em seu coração, emergiram, e, iludido, deixou-se ficar sob o controle deles.

62. Tanto quanto possível, ele, pacientemente, tentava lembrar-se das instruções dos śāstras de que não deveria nem mesmo olhar para uma mulher. Com a ajuda desse conhecimento e de seu intelecto, ele tentou controlar seus desejos luxuriosos, mas, devido à força do Cupido dentro de seu coração, não conseguiu controlar a mente.

63. Da mesma maneira que o Sol e a Lua são eclipsados por um planeta inferior, o brāhmaṇa perdeu todo o seu bom senso. Agarrando-se a essa situação, ele sempre pensava na prostituta e, dentro de pouco tempo, convidou-a para trabalhar como criada em sua casa e, então, abandonou todos os princípios reguladores em que se alicerça a vida bramânica.

64. Assim, para satisfazer a prostituta com vários presentes materiais, Ajāmila passou a gastar todo o dinheiro que herdara de seu pai, de modo que ela permanecesse satisfeita com ele. Enfim, para satisfa­zer a prostituta, abandonou todas as suas atividades bramânicas.

65. Porque sua inteligência se deixou trespassar pelo olhar luxurioso da prostituta, o brāhmaṇa Ajāmila, tornando-se sua vítima, entregou-se a atos pecaminosos na associação dela. Ele inclusive chegou a abandonar a companhia de sua belíssima e jovem esposa, que viera de uma respeitabilíssima família de brāhmaṇas.

66. Embora nascido em família brāhmaṇa, esse patife, destituído de inteligência devido à associação com a prostituta, ganhava dinheiro de uma maneira ou outra, fosse de modo honesto ou desonesto, e usava o mesmo para manter os filhos e filhas da prostituta.

67. Esse brāhmaṇa irresponsável levou toda a sua longa vida transgredindo todas as regras e regulações da escritura sagrada, vivendo extravagantemente e comendo alimentos preparados por uma prostituta. Portanto, ficou cheio de pecados, impuro e viciado em atividades proibidas.

 

(ŚRĪMAD-BHĀGAVATAM, 2024)

  

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12º, Grão-mestre Arquiteto [por Albert Pike]

 

Não há bênçãos que a mente não possa converter no mais amargo dos males; e não há provações que ela não possa transformar nas mais nobres e divinas bênçãos. Não há tentações das quais a virtude atacada não possa ganhar força, em vez de cair diante delas, vencida e subjugada. É verdade que as tentações têm um grande poder, e a virtude frequentemente cai; mas o poder dessas tentações não está em si mesmas, mas na fraqueza de nossa própria virtude e na fraqueza de nossos próprios corações. Confiamos demais na força de nossas muralhas e bastiões, e permitimos que o inimigo faça suas abordagens, por trincheira e paralela, em seu tempo-livre. [...]

Mas para o impuro, o desonesto, o hipócrita, o corrupto e o sensual, as ocasiões surgem todos os dias, em todas as cenas e por meio de todas as vias de pensamento e imaginação. Ele está preparado para capitular antes que a primeira abordagem seja iniciada; e envia a bandeira branca quando o avanço do inimigo chega à vista de seus muros. Ele cria ocasiões; ou, se as oportunidades não surgem, os maus pensamentos surgem, e ele escancara os portões de seu coração e dá as boas-vindas a esses maus visitantes, e os entretém com uma hospitalidade pródiga.

[...]

[...] A longo prazo, a mente será feliz apenas na proporção de sua fidelidade e sabedoria. Quando é infeliz, plantou os espinhos em seu próprio caminho; ela os agarra e grita em alta reclamação; e essa reclamação é apenas a mais sonora confissão de que os espinhos que cresceram ali, ela os plantou.

 

(PIKE, 2016, p. 261-262; tradução nossa; colchetes nossos)8

 

NOTAS:

1 Sakyamuni – no budismo Mahayana, é o termo empregado para designar Sidarta Gautama, o Buda histórico; literalmente, “o sábio do país dos Sakyas”.

2 Tathagata – aquele que encontrou a Verdade (tatha: verdade; agata: chegar, alcançar); outro epíteto para Sidarta Gautama.

3 Anarthas – aquilo que é sem valor e que não serve a qualquer propósito útil (an: “não”; artha: “valor”, ou “propósito”).

4 Bhakti-yoga – no hinduísmo Vaishnava Gaudiya, é o sistema do cultivo de bhakti, ou serviço devocional puro, que não é maculado pela gratificação dos sentidos ou especulação filosófica.

5 Saṁsāra – ou Roda da existência continuada, causada pelos desejos insaciáveis do homem, na sua sede de satisfação egoísta.

6 Raja-guṇa – o modo da paixão da natureza material.

7 Tama-guṇa – o modo da ignorância da natureza material; o terceiro e último modo é o da bondade, sattva-guṇa.

8 {There are no blessings which the mind may not convert into the bitterest of evils; and no trials which it may not transform into the noblest and divinest blessings. There are no temptations from which assailed virtue may not gain strength, instead of falling before them, vanquished and subdued. It is true that temptations have a great power, and virtue often falls; but the might of these temptations lies not in themselves, but in the feebleness of our own virtue, and the weakness of our own hearts.} We rely too much on the strength of our ramparts and bastions, and allow the enemy to make his approaches, by trench and parallel, at his leisure. [...]
{But to the impure, the dishonest, the false-hearted, the corrupt, and the sensual, occasions come every day, and in every scene, and through every avenue of thought and imagination. He is prepared to capitulate before the first approach is commenced; and sends out the white flag when the enemy’s advance comes in sight of his walls. He makes occasions; on opportunities come not, evil thoughts come, and he throws wide open the gates of his heart and welcomes those bad visitors, and entertains them with a lavish hospitality.}
[...]
[...] {In the long run, the mind will be happy, just in proportion to its fidelity and wisdom. When it is miserable, it has planted the thorns in its own path; it grasps them, and cries out in loud complaint; and that complaint is but the louder confession that the thorns which grew there, it planted.}

 


REFERÊNCIAS:
 
BUDA. In: SILVA, Georges da; HOMENKO, Rita. Budismo: psicologia do autoconhecimento (o caminho da correta compreensão). São Paulo: Pensamento, 1982.
 
BUDA. Dhammapada – caminho da lei; Atthaka – o livro das oitavas. Doutrina budista ortodoxa em versos. Tradução, adaptação, prefácio e notas do Dr. Georges da Silva. 7. ed. São Paulo: Pensamento, 2004.
 
PIKE, Albert. Morals and Dogma of the Ancient & Accepted Scottish Rite of Freemasonry. Annotated edition by Arturo De Hoyos. 2. ed. Washington, DC: Supreme Council, 33º, S.J., U.S.A, 2016.
 
PRABHUPĀDA, A. C. Bhaktivedanta Swami. Bhagavad-gītā como ele é. 1. ed. São Paulo: The Bhaktivedanta Book Trust, 1976.
 
ŚRĪMAD-BHĀGAVATAM: com o texto original em sânscrito, sua transcrição latina, sinônimos, tradução e significados elaborados por A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupāda. tomo 11.2. São Paulo: The Bhaktivedanta Book Trust, 1995.

ŚRĪMAD-BHĀGAVATAM: com o texto original em sânscrito, sua transcrição latina, sinônimos, tradução e significados elaborados por A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupāda. Disponível em: https://vedabase.io/pt-br/library/sb/6/1/. Acesso em: 10 out. 2024.
 
THAKURA, Srila Visvanatha Cakravarti. Madhurya kadambini. Tradução de Thiago Costa Braga. Pindamonhangaba: Coletivo Editorial, 2019.
 
THEODOR, Ithamar. Bhagavad-gītā: filosofia, estrutura e significado. Tradução de Sérgio Mendes de Freitas. 1. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2021.
 
SWAMI, Chandramukha. Bhagavad gita para iniciantes – o grande poema filosófico-espiritual da humanidade. s/e., s./d.
 
SWAMI, Purushatraya. Bhagavad-gītā em seis temas: história, filosofia, psicologia, ética, yoga e misticismo. 1. ed. Paraty: Ed. do autor, 2023.
 
VYASADEVA, Srila. Bhagavad-gītā com cometários de Srila Visvanatha Cakravarti. Pindamonhangada: Coletivo Editorial, 2019.

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