Quando
um discípulo de Buda deixa de o ser [por Buda]
Na
estação das chuvas, muitos discípulos se estabeleceram na comarca de Vriji,
desolada pela fome. Um dos discípulos propôs aos seus irmãos que se elogiassem
mutuamente perante o povo dizendo: “Este monge é um santo, teve visões
celestes, possui faculdades sobrenaturais e pode fazer milagres.” E os aldeões
dirão: “Certamente é uma felicidade que estes santos varões venham entre nós na
estação da chuva. Deste modo o povo nos dará oferendas de boa vontade e não
sofreremos fome.”
Quando
o Buda soube disto, mandou que Ananda reunisse todos os discípulos e
disse-lhes:
–
Dizei-me, ó discípulos, quando é que um discípulo deixa de o ser?
Sariputra
respondeu-lhe:
[...]
–
O bom discípulo não deve vangloriar-se de virtude, nem de nenhuma qualidade
sobre-humana. O discípulo que, por egoísmo ou proveito pessoal, se envaidece de
possuir faculdades extraordinárias, de ter visões celestes, ou de agir por meio
de milagres, não é discípulo de Sakyamuni.1
–
Assim, ó discípulos, não vos deveis valer de feitiços nem de orações, porque
são inúteis, já que tudo está regido pela lei do carma. Quem tenta fazer
milagres, não compreendeu a doutrina do Tathagata.2
(BUDA apud
GEORGES DA SILVA; HOMENKO, 1982, p. 122-123; colchetes nossos)
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Dhammapada
[por Buda; versos selecionados]
19.
Falar
muito e recitar os textos sagrados, mas não agir consoante a eles, este incauto
assemelha-se a um vaqueiro que só conta o gado alheio. Não é discípulo do Bem-aventurado.
74.
“Que
os leigos e religiosos me julguem perfeito, que a mim obedeçam e se submetam às
minhas menores ordens” – assim pensa e fala o insensato, e seus desejos e
orgulho crescem sem cessar.
259. Não é recitando os textos que alguém é
sustentáculo da Doutrina; mas o que, embora pouco instruído na Doutrina, a
realiza e não a negligencia, este, sim, é um sábio.
312. Não há grandes frutos a esperar de um dever
cumprido negligentemente, de um voto vacilante, ou de uma castidade hesitante.
313. O que devemos fazer, façamo-lo com decisão e
energia; a indolência abre a porta para a paixão. Um insensato peregrino só levanta o pó da estrada, o perigoso pó dos desejos.
394. Para que te servem os cabelos trançados e o
manto de pele de antílope com que te abrigas, ó insensato, se ocultas uma selva
de paixões no coração e teu aspecto é só aparência!
(BUDA,
2004, p. 21, 27, 44, 50 e 59)
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Atthaka
– Sermão de Buda a Tissametteiya sobre a luxúria – Tissametteiya Sutta [por
Buda]
Tissametteiya: – Senhor, que tens
para nos ensinar sobre a luxúria, para que possamos levar conosco tuas palavras
até mesmo aos mais seguros confins das florestas?
Buda: – O homem lascivo é ignobil,
meu caro Metteiya – falou o Bhagavat –, e todo aquele que negligencia meu
preceito é insensato.
Aquele
que, já tendo vivido no recolhimento, passa agora a ceder à luxúria, é chamado
pelos outros de vulgar e por eles comparado a um carro desgovernado.
Um
homem assim perde todo o respeito de que, até então, se havia feito merecedor.
Ao verdes isto, deveis esforçar-vos para evitar a luxúria.
Vendo-se
acusado e censurado, o homem lúbrico entra em depressão e sua melancolia é tão
grande quanto a do condenado.
Atormentado
pelos comentários alheios, o homem licencioso mais ainda se prejudica quando
recorre à mentira.
A
princípio, quando ainda recluso, era ele julgado um sábio, mas agora que se
entrega à devassidão, chamam-no tolo.
Compreendendo
o perigo da sensualidade, deve o sábio, em sua nobreza, ater-se rigorosamente,
do princípio ao fim de sua vida, ao recolhimento.
Deve
ele, portanto, ir sempre só em suas peregrinações, pois que este é o tipo de
vida que enobrece.
Mas
que nunca julgue ele ser o melhor dos homens, mesmo que já se encontre no
limiar do Nirvana.
Em
sua tranqüilidade, depois que já venceu os desejos dos sentidos, o sábio
permanece livre e atinge a outra margem.
É
ele invejado pelos que ainda se acham escravizados às ilusões dos sentidos.
(BUDA, 2004, p. 72-73)
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Os
anarthas provenientes de bhakti [por Śrīla Viśvanātha Cakravartī]
Assim
como, juntamente com uma planta principal, muitas ervas daninhas crescem;
através do cultivo de bhakti, surge o que às vezes pode ser
equivocadamente entendido como brotos da trepadeira de bhakti, mas que
não o são de fato – trata-se de desejos mundanos por adoração e respeito por
parte de outros, aceitação de posições confortáveis, fama e assim por diante.
Tudo isso macula a consciência do praticante. Vicejando desta maneira, estes anarthas3
oriundos da bhakti-yoga4
impedem o crescimento da trepadeira cujo cultivo sim é de interesse, a
trepadeira do amor a Deus.
(THAKURA,
2019, p. 63)
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Bhagavad-gītā,
Capítulo 2, verso 62
Para
quem medita nos objetos dos sentidos, surge o apego. Do apego, surge o desejo.
Do desejo, surge a ira.
[Comentário
de Śrīla Viśvanātha Cakravartī:]
Uma
pessoa que pensa nos objetos dos sentidos desenvolve apego (saṅga) a
eles. E desse apego, ela desenvolve forte desejo (kāma) por esses
objetos. Do desejo, a ira nasce devido a obstrução por parte de alguém ou parte
de algo para a realização do desejo.
(VYASADEVA,
2019, p. 95)
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Bhagavad-gītā,
Capítulo 2, verso 63
Da
ira, surge a desorientação. Da desorientação, surge a perda da memória. Da
perda da memória, vem a perda da inteligência. Com a perda da inteligência, o
sujeito é completamente arruinado.
[Comentário
de Śrīla Viśvanātha Cakravartī:]
Da
ira, desenvolve-se ausência de discriminação do que deve ser feito e do que não
deve ser feito (saṁmohaḥ). Da confusão, desenvolve-se a perda da
lembrança dos benefícios pessoais derivados das instruções escriturais (smṛti-vibhramaḥ).
Daí vem a perda da determinação em seguir com as práticas espirituais (buddhi-nāśa).
Então, cai-se no poço do saṁsāra.5
(VYASADEVA,
2019, p. 95 e 96)
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Bhagavad-gītā,
Capítulo 2, versos 62 e 63
[Comentário
de Chandramukha Swami:]
Os
sentidos são fortes e impetuosos e têm o poder de arrastar a mente de qualquer
um – especialmente no que diz respeito ao impulso sexual. Portanto, deve-se
entender que sem uma ocupação constante nas atividades espirituais é
absolutamente impossível controlar os sentidos. Isto corre porqsue os sentidos
exigem ocupações práticas. Portanto, se não estiverem espiritualmente ocupados,
os sentidso certamente se precipitarão em atividades para desfrute material.
(SWAMI,
Chandramukha, s./d., p. 38)
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Bhagavad-gītā,
Capítulo 2, versos 62 e 63
[Comentário
de Ithamar Theodor:]
Esta
seção, portanto, elabora o tópico da restrição dos sentidos e sua relação com a
iluminação; tendo em vista a importância deste assunto, as ideias centrais são articuladas:
1)
O indivíduo fixo em iluminação estável é capaz de retirar seus sentidos de seus
objetos como uma tartaruga recolhe seus membros para dentro do seu casco.
2)
Os sentidos arrastam a mente dele, mesmo que ele seja sábio e se esforce para
contê-los.
3)
Os desejos surgem da contemplação mental dos objetos dos sentidos.
4)
Quando a mente segue os sentidos errantes, ela leva a inteligência embora, como
o vento leva embora um barco no mar.
5)
O estado de iluminação requer sentidos contidos e indiferença aos desejos.
6)
Aquele que é livre de paixões alcança a paz.
[...]
Quando
os sentidos são vitoriosos, ocorre uma cadeia de eventos, levando à destruição
da tentativa de libertação deste mundo e, consequentemente, a pessoa retorna ao
saṁsāra. Como uma ocorrência na cadeia de eventos leva a outra, ela é causal e
é composta de oito fases: começa com a contemplação dos objetos dos sentidos,
depois surge o apego por eles, o desejo surge em seguida, que é seguido pela
ira. A ira é seguida pela ilusão que é seguida pelo esquecimento, o que causa a
perda da inteligência e, subsequentemente, o indivíduo retorna ao saṁsāra e
fica, portanto, arruinado. Isso nos lembra uma cadeia causal similar budista
chamada pratītya-samutpāda ou “origem dependente”, composta de 12 fases,
começando com a ignorância e resultando na velhice e na morte. Ao contrário do
indivíduo descontrolado que é, por fim, derrotado, a alma vitoriosa que é capaz
de restringir os sentidos, a mente e seus desejos, torna-se subsequentemente
indiferente aos desejos externos e conquista a paz interior.
(THEODOR,
2021, p. 69-71; colchetes nossos)
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Bhagavad-gītā, Capítulo 3,
versos 37 e 39
É
a luxúria (kāma) (que se converte em) ira (krodha),
nascida (samudbhavaḥ) no modo da paixão (raja-guṇa). A luxúria é
devoradora (mahā-aśana) e altamente pecaminosa (mahā-pāpmā).
Saiba que é a inimiga neste mundo.
[...]
Ó
Kaunteya, o discernimento (jñāna) de um jñānin
(pessoa culta) é coberto (āvṛtam) pelo eterno inimigo (nitya-vairin)
na forma da luxúria (kāma-rūpa), que é insaciável (duṣpūra) e arde como
o fogo (anala).
[Comentário
de Purushatraya Swami:]
A
pessoa dominada por raja-guṇa6 e tama-guṇa7
é uma presa fácil das paixões irracionais, que entram imperceptivelmente na
consciência. Uma vez entranhadas na consciência, é dificilimo removê-las. A
única possibilidade de limpar a consciência é pela prática sincera e empenhada
de um processo genuíno de autorrealização espiritual. O policiamento da
consciência para evitar a infiltração de “paixões irracionais” deve ser um
projeto vitalício.
(SWAMI, Purushatraya, 2023, p. 111-112; colchetes nossos)
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Bhagavad-gītā, Capítulo 3, verso 37
[Trecho da explicação de Śrīla Prabhupāda:]
Quando uma entidade viva entra em contato com a criação material, seu
amor eterno por Kṛṣṇa se transforma em luxúria, em associação com o modo da paixão. Ou, em
outras palavras, o sentimento de amor a Deus transforma-se em luxúria, assim como o leite em contato com tamarindo azedo se transforma
em iogurte. E depois, quando a luxúria não se satisfaz, ela se converte em ira;
a ira transforma-se em ilusão, e a ilusão continua a existência material.
Portanto, a luxúria é o pior inimigo da entidade viva, e é unicamente a luxúria
que induz a entidade viva pura a permanecer envolvida no mundo material. A ira
é a manifestação do modo da ignorância; estes modos se exibem como ira e outras
variações. Portanto, se os modos da paixão, ao invés de se degradarem aos modos
da ignorância, elevam-se aos modos da bondade através do método prescrito para
vida e ação, então a pessoa pode se salvar da degradação da ira, através do apego
espiritual.
(PRABHUPĀDA,
1976, p. 154-155)
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Bhagavad-gītā, Capítulo 3,
verso 39
[Trecho da explicação de Śrīla Prabhupāda:]
Está dito no Manu-smṛti que não se pode satisfazer a luxúria
com nenhuma quantidade de prazer dos
sentidos, da mesma forma que o fogo nunca se extingue através de um suprimento
constante de combustível. No mundo material, o sexo é o centro de todas as
atividades, e desse modo este mundo material é chamado maithunya-āgāra,
ou seja, as algemas da vida sexual. Nas penitenciárias comuns os criminosos são
mantidos atrás das grades; similarmente, os criminosos que são desobedientes às
leis do Senhor são algemados pela vida sexual.
(PRABHUPĀDA, 1976, p.
157)
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Śrīmad-Bhāgavatam,
Canto 11, Capítulo 28, verso 28
Assim
como uma doença mal tratada reaparece e causa repetidos sofrimentos ao
paciente, a mente que não se purificou por completo de suas tendências
pervertidas permanecerá apegada a coisas materiais e repetidas vezes
atormentará o yogī imperfeito.
(ŚRĪMAD-BHĀGAVATAM, 1995,
p. 682)
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58-60. Certa
vez, esse brāhmaṇa Ajāmila, seguindo a ordem de seu pai, foi à floresta colher
frutas, flores e duas espécies de gramíneas, chamadas samit e kuśa. No caminho
de volta para casa, deparou-se com um śūdra, um homem de quarta classe
muitíssimo luxurioso e que desavergonhadamente abraçava e beijava uma
prostituta. O śūdra sorria, cantava e alegrava-se como se esse seu
comportamento fosse digno. Tanto o śūdra quanto a prostituta estavam
embriagados. Os olhos da prostituta giravam de embriaguez, e sua roupa se
afrouxara. Foi nesse estado que Ajāmila os viu.
61. O
śūdra, cujo braço estava decorado com pó de cúrcuma, abraçava a prostituta.
Quando Ajāmila a viu, os desejos luxuriosos, que estavam adormecidos em seu
coração, emergiram, e, iludido, deixou-se ficar sob o controle deles.
62. Tanto
quanto possível, ele, pacientemente, tentava lembrar-se das instruções dos
śāstras de que não deveria nem mesmo olhar para uma mulher. Com a ajuda desse
conhecimento e de seu intelecto, ele tentou controlar seus desejos luxuriosos,
mas, devido à força do Cupido dentro de seu coração, não conseguiu controlar a
mente.
63. Da
mesma maneira que o Sol e a Lua são eclipsados por um planeta inferior, o
brāhmaṇa perdeu todo o seu bom senso. Agarrando-se a essa situação, ele sempre
pensava na prostituta e, dentro de pouco tempo, convidou-a para trabalhar como
criada em sua casa e, então, abandonou todos os princípios reguladores em que
se alicerça a vida bramânica.
64. Assim,
para satisfazer a prostituta com vários presentes materiais, Ajāmila passou a
gastar todo o dinheiro que herdara de seu pai, de modo que ela permanecesse
satisfeita com ele. Enfim, para satisfazer a prostituta, abandonou todas as
suas atividades bramânicas.
65. Porque
sua inteligência se deixou trespassar pelo olhar luxurioso da prostituta, o
brāhmaṇa Ajāmila, tornando-se sua vítima, entregou-se a atos pecaminosos na
associação dela. Ele inclusive chegou a abandonar a companhia de sua belíssima
e jovem esposa, que viera de uma respeitabilíssima família de brāhmaṇas.
66. Embora
nascido em família brāhmaṇa, esse patife, destituído de inteligência devido à
associação com a prostituta, ganhava dinheiro de uma maneira ou outra, fosse de
modo honesto ou desonesto, e usava o mesmo para manter os filhos e filhas da
prostituta.
67. Esse
brāhmaṇa irresponsável levou toda a sua longa vida transgredindo todas as
regras e regulações da escritura sagrada, vivendo extravagantemente e comendo
alimentos preparados por uma prostituta. Portanto, ficou cheio de pecados,
impuro e viciado em atividades proibidas.
(ŚRĪMAD-BHĀGAVATAM,
2024)
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12º, Grão-mestre
Arquiteto [por Albert Pike]
Não
há bênçãos que a mente não possa converter no mais amargo dos males; e não há
provações que ela não possa transformar nas mais nobres e divinas bênçãos. Não
há tentações das quais a virtude atacada não possa ganhar força, em vez de cair
diante delas, vencida e subjugada. É verdade que as tentações têm um grande
poder, e a virtude frequentemente cai; mas o poder dessas tentações não está em
si mesmas, mas na fraqueza de nossa própria virtude e na fraqueza de nossos
próprios corações. Confiamos demais na força de nossas muralhas e bastiões, e
permitimos que o inimigo faça suas abordagens, por trincheira e paralela, em
seu tempo-livre. [...]
Mas
para o impuro, o desonesto, o hipócrita, o corrupto e o sensual, as ocasiões
surgem todos os dias, em todas as cenas e por meio de todas as vias de
pensamento e imaginação. Ele está preparado para capitular antes que a primeira
abordagem seja iniciada; e envia a bandeira branca quando o avanço do inimigo
chega à vista de seus muros. Ele cria ocasiões; ou, se as oportunidades
não surgem, os maus pensamentos surgem, e ele escancara os portões de
seu coração e dá as boas-vindas a esses maus visitantes, e os entretém com uma
hospitalidade pródiga.
[...]
[...]
A longo prazo, a mente será feliz apenas na proporção de sua fidelidade e
sabedoria. Quando é infeliz, plantou os espinhos em seu próprio caminho; ela os
agarra e grita em alta reclamação; e essa reclamação é apenas a mais sonora confissão
de que os espinhos que cresceram ali, ela os plantou.
(PIKE, 2016, p.
261-262; tradução nossa; colchetes nossos)8
NOTAS:
1 Sakyamuni
– no budismo Mahayana, é o termo empregado para designar Sidarta Gautama, o
Buda histórico; literalmente, “o sábio do país dos Sakyas”.
2 Tathagata
– aquele que encontrou a Verdade (tatha: verdade; agata: chegar,
alcançar); outro epíteto para Sidarta Gautama.
3 Anarthas
– aquilo que é sem valor e que não serve a qualquer propósito útil (an:
“não”; artha: “valor”, ou “propósito”).
4 Bhakti-yoga
– no hinduísmo Vaishnava Gaudiya, é o sistema do cultivo de bhakti, ou
serviço devocional puro, que não é maculado pela gratificação dos sentidos ou
especulação filosófica.
5 Saṁsāra – ou Roda da
existência continuada, causada pelos desejos insaciáveis do homem, na sua sede
de satisfação egoísta.
6 Raja-guṇa
– o modo da paixão da natureza material.
7 Tama-guṇa
– o modo da ignorância da natureza material; o terceiro e último modo é o da
bondade, sattva-guṇa.
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