domingo, 7 de agosto de 2022

O TRAJETO ANTROPOLÓGICO DA IMAGÉTICA PICTÓRICA DE JACOB BOEHME: DO OLHO DAS MARAVILHAS À IMAGEM FIGURATIVA

 


 

Por João Florindo Batista Segundo

 

Resumo:

A partir da constatação de que o diagrama do Olho das Maravilhas da Eternidade, elaborado pelo místico alemão Jacob Boehme, foi praticamente esquecido pelos esoteristas, que priorizaram o emblema Imagem Figurativa dos três mundos, a presente tese objetiva reconstruir o trajeto antropológico que levou à hegemonia da Imagem Figurativa em detrimento do Olho. Essa substituição causa estranheza porque, segundo Boehme, além de condensar todo o seu pensamento, o diagrama possibilita o renascimento espiritual, que é uma meta do esoterista. Diante disso, será defendida a hipótese de que a imaginação simbólica da maioria dos primeiros boehmianos, bem como o imaginário germânico de então, privilegiavam o regime diurno das imagens, enquanto a imaginação simbólica de Boehme posicionava-se habitualmente no regime noturno. Para averiguar tal suposição, recorreu-se às Ciências Humanas e Sociais, com ênfase na Teoria Geral do Imaginário, do antropólogo Gilbert Durand. Deste modo, aplicou-se a hermenêutica simbólica durandiana a imagens textuais e pictóricas de fontes primárias como arte sacra e religiosa e escritos esotéricos da Europa medieval e início da Modernidade. Referente à metodologia, a presente pesquisa é bibliográfica quanto aos meios, exploratória quanto aos fins e sua base lógica foi o método hipotético-dedutivo. A pesquisa é pertinente porque os livros de Boehme contribuem para a difusão da teosofia cristã, corrente do esoterismo presente em todo o Ocidente e objeto de estudo do campo homônimo em Ciências das Religiões. Portanto, este trabalho contribui para os estudos acadêmicos em esoterismo ocidental, através do resgate do valor da imagética pictórica para a compreensão de Boehme, como uma alternativa às interpretações historicistas, que descredenciam o imaginário e impossibilitam a compreensão do autor.

 

Abstract:

From the observation that the diagram of the Wonder Eye of Eternity, elaborated by the German mystic Jacob Böhme, was practically forgotten by esoterists, who prioritized the emblem Figurative Image of the three worlds, the present thesis aims to reconstruct the anthropological path that led to the hegemony of the Figurative Image to the detriment of the Eye. This substitution is strange because, according to Böhme, in addition to condensing all his thought, the diagram makes possible the spiritual rebirth, which is a goal of the esotericist. Therefore, it will be defended the hypothesis that the symbolic imagination of most of the early Böhmists, as well as the Germanic imaginary of the time, favored the daytime regime of images, while Böhme’s symbolic imagination was usually positioned in the nocturnal regime. To investigate this assumption, it was consulted the Human and Social Sciences, with emphasis on the General Theory of Imaginary, developed by the anthropologist Gilbert Durand. Thus, Durandian symbolic hermeneutics was applied to textual and pictorial images from primary sources such as sacred and religious art and esoteric writings from medieval and early modern Europe. Regarding methodology, the present research is bibliographical as to the means, exploratory as to the ends, and its logical basis was the hypothetical-deductive method. The research is pertinent because Böhme’s books contribute to the spread of Christian theosophy, a current of esoterism present all over the West and the object of study of the Western Esotericism, field in Religious Studies. Therefore, this work contributes to academic studies in Western Esotericism by rescuing the value of pictorial imagery for understanding Böhme, as an alternative to historicist interpretations, which discredit the imaginary and make it impossible to understand the author.

 

Texto completo no link abaixo:

https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/23343

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