Por Diógenes Faustino do Nascimento
Padre Ibiapina suscitou uma
nova prática religiosa de resgate e promoção da dignidade e da valorização das
experiências humanas, por intermédio das Casas de Caridade e das demais obras
missionárias desenvolvidas nas províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte,
Pernambuco, Ceará e Alagoas, entre os anos de 1856 e 1883. Suscitando assim uma
nova cultura religiosa que influenciou um novo cristianismo na América Latina,
especificamente no Brasil, por meio das obras e missões que realizou.
Seus princípios permanecem e
são atualizados constantemente, gerando seguidores que fomentam novas práticas
cristianizantes para a contemporaneidade por meio da promoção da caridade. Por
meio das obras de caridade, promoveu a libertação dos mais pobres e marginalizados
do seu tempo, a ponto de considerarmos que o padre José Antônio de Maria
Ibiapina foi o indutor de um novo cristianismo católico no Nordeste brasileiro,
fomentado por meio dos seus sermões, máximas espirituais, obras missionárias e
por uma prática catequética renovada.
A religiosidade popular
permanece viva nos devotos de Ibiapina, tornando-se condição essencial
resultante da universalização dos interesses dos indivíduos ao consentir
livremente em participar de uma nova práxis cristã pertinente aos anseios do
povo de cada tempo em seus espaços e territorialidades. A religiosidade popular
assume aqui mais uma vez a função de consolo e de justificativa, significando
uma união identitária entre seus membros e seguidores, assumindo para si os
mesmos ideais e partilhando das mesmas circunstancias sociais. Os devotos, as
beatas, beatos e os agentes de religiosidade popular acreditam que por meio das
devoções aos “santos” e ao participarem das festas religiosas realizam seus
desejos de viver em um tempo sagrado, viver num mundo real, sacralizado e
santificado. Buscando técnicas de orientações e de construções do espaço
sagrado, mesmo que essas não dependam apenas de seus esforços físicos. É nesse
ambiente de religiosidade onde se restabelecem as amizades, se formam mutirões
para construir açudes, casas, cemitérios e que também nos apresenta uma mudança
prática de hábitos e costumes elementares da vida cotidiana como comer, vestir,
andar, namorar, casar e rezar.
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