Por
Loja de Estudos e Pesquisas Maçônicas Sabedoria Triunfante nº 406.
Durante
muito tempo e até, pelo menos, as cinco primeiras décadas do século passado, as
Lojas Maçônicas no Brasil serviram como espaço de aglutinação de homens
voltados para a discussão de problemas relativos ao desenvolvimento da
sociedade onde conviviam. Em geral, as Lojas abrigavam em seu seio pessoas
proeminentes da sociedade, que além do convívio salutar e fraternal, criavam
uma enorme rede de contatos e facilitavam a troca de ideias e a absorção de
novos conhecimentos.
As
Lojas, através das suas Sessões semanais, na maioria das vezes, serviam como
oportunidade de manter seus membros atualizados sobre o que estava acontecendo
na comunidade, no país e no mundo. Temas de interesse histórico, político e
filosófico sempre tiveram o maior enfoque nas Sessões Maçônicas.
O
Maçom tinha então oportunidade de melhoria de sua profissão, da sua cultura em
geral, do seu status, ganhando maior espaço e inserção na sociedade em que
vivia.
No
entanto, chegamos ao terceiro milênio com uma profusão estrondosa de
tecnologia, velocidade e globalização da informação. Estamos vivendo uma época
de grandes atrativos, pressa e utilitarismo. Um mundo cheio de atrações, como o
cinema, a televisão, a internet, teatro, shows musicais, esportes e tantos
outros. A velocidade como tudo se processa, faz com que todos hoje tenham
pressa para tudo. Vivemos como se não houvesse mais tempo a perder. Segundo o
filósofo Mario Sergio Cortella “uma norma principal ganha corpo: é bom tudo o
que for útil, é adequado tudo o que for lucrativo, é moralmente confortável
tudo o que for vantajoso”.
Podemos
afirmar que essa norma não impera em nosso meio? O grande desafio que temos
hoje, particularmente em nosso País, dentre outros, é o de fazer com que nossas
Lojas Simbólicas voltem a ser verdadeiras escolas de conhecimento e formação,
com Sessões atrativas, discutindo temas de interesse nacionais e
internacionais, despertando em seus membros o interesse na participação
intramuros e extramuros e diminuindo o percentual de evasão maçônica.
Por
outro lado, a maioria das Lojas tem sido administrada, até aqui, de uma maneira
geral, de forma empírica, sem o mínimo senso de administração, sem observância
de critérios técnicos e com ênfase no improviso. Não se vê propriamente a
aplicação de um planejamento administrativo. Urge, portanto, adequar a nossa
estrutura organizacional às modernas técnicas e recursos de administração,
inclusive, com a utilização de mais recursos tecnológicos e enfoque em
conhecimentos de liderança.
A
falta de estudos é o que mais prejudica as Lojas, impede seu crescimento
qualitativo e muito contribui para a evasão maçônica. Estas perdem muito tempo
com assuntos administrativos, quando esses assuntos deveriam passar antes pela
respectiva Comissão, sendo devidamente enxugados. Esta é uma forma para que
possa sobrar mais tempo destinado aos estudos em Loja. No entanto, o que leva à
evasão maçônica não é apenas a falta de estudos, mas também uma seleção
precipitada e corrida com vistas à iniciação de candidatos. Há que se aprimorar
a indicação, seleção e admissão de candidatos à Ordem.
É
prejudicial às Lojas, também, a ênfase dada pela maioria das administrações às
pompas e circunstâncias inerentes às Sessões Magnas, em detrimento das atividades
imprescindíveis à formação e aperfeiçoamento dos Irmãos.
Por último, é importante que seja desenvolvido
um sistema de capacitação dos cargos em Loja, especialmente os que compõem a
administração, evitando-se que estes sejam assumidos por Irmãos, quando muito,
providos apenas de conhecimentos empíricos.
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