Texto A Igreja de
Melquisedec, do Prof. Henrique José de
Souza, com comentários de Anônimo (em itálico).
Há uma antiga
tradição que afirma a existência, no mundo, de uma Igreja Secreta, que torna a
ligar (religo, religare, religio, religione ou religião) o homem à Deus, sem
necessidade de sacerdócio nem outro qualquer intermediário. Todo ser iluminado,
diretamente ou por iniciação, desde que esteja de posse de certos mistérios,
faz parte do Culto, que tem o nome velado de Igreja de Melki-Tsedek. Tal culto
sempre existiu, por ser o da mais preciosa de todas as religiões, ou seja: a da
Fraternidade Universal da Humanidade.
A sua origem procede
dos meados da 3ª Raça Mãe, pouco importa seu nome naquela época, se com o
decorrer dos tempos, recebe o de Sudha-Dharma-Mandalam, na antiga Aryavartha -
nossa mãe Índia - mas, para todos os efeitos, Excelsa Fraternidade, quer na
razão de sua própria existência - por ser composta dos Verdadeiros Guias ou
Instrutores espirituais da Humanidade - quer pela sua vitória sobre o que ser
concebe como Mal, na Terra, se ao lado do Planetário (a Força
Cósmica...dirigente do nosso Globo, em forma humana, à parte opiniões
contrárias) - após a tremenda queda que teve lugar na decadência atlante...de
que tanto nos temos ocupado, embora que, de modo velado - tiveram, os seus
primeiros componentes, de combater contra as referidas “forças do mal”, sem
falar na sua própria transformação de Homens vulgares em semideuses.
Por isso que, tal
Fraternidade, ou “Culto Universal” - que a bem dizer, é o do Amor, da Verdade e
da Justiça entre todos os seres da Terra - se compõe de 7 linhas, cada uma
delas com o respectivo Raio, na razão dos próprios Astros ou Planetas. Donde,
seus Chefes, Reis ou Guias, Seres tão elevados, que bem se podem comparar aos
mesmos Dhyans-Chohans ou “Espíritos Planetários”. Na Índia, o termo Maha-Chohan
é dado aos mais elevados entre tais Seres, enquanto outrora, no Egito, recebiam
o nome de Ptahmer. São os mesmos “Goros do Rei do Mundo”, nas escrituras
transhimalaias.
Como Guias, ou
Instrutores dos Homens - pouco importa, se para muitos, de modo invisível - não
podiam deixar de possuir “Regras Especiais”, se Eles, por sua vez, alem de
guiados por Aqueles Sete referidos Seres, o são ainda por Outro mais elevado,
que se firma por trás de tudo isso, em forma Ternária. Seu
Santuário, digamos assim, é Aquele mesmo APTA, creche, manjedoura, presépio,
lugar onde o Sol nasce, e quantos nomes o mesmo possui, desde os memoráveis
tempos da Atlântida, se era ali representado como “8a cidade”... Razão de ser
considerado, tal Ser, ao mesmo tempo, Uno e Trino, como “Rei dos Reis”.
Os mesmos gnósticos
reconheciam o numero 888 - ou 8 vezes o misterioso 111 - como “Número Crístico”,
embora que o resto seja proibido revelar.
O mesmo René Guénon,
em sua obra Le Roi du Monde - pois que teve como Gurú ou Mestre, famoso
rabino...- diz o seguinte, a respeito de tão excelsa Organização:
“O chefe de uma tal
organização, é o próprio Manú, que poderá legitimamente possuir ou encarregar a
outro, esse seu titulo e demais atribuições”. E ainda: “pelo grau de
Consciência que atingiu para exercer semelhante função, identifica-se,
realmente, ao Princípio que o obrigou a tomar expressão humana. E diante da
qual, sua individualidade desaparece” (o
grifo é do autor).
Não vamos comentar
semelhantes palavras, por ser isso proibido... Serviram elas, apenas para
exprimir toda a verdade que paira sobre tamanho Mistério - de confronto, a tudo
quanto dissemos anteriormente a respeito dessa mais do que sublime Organização,
que tanto se pode chamar como já foi dito de Culto de Melqui-Tsedek, como de
Excelsa Fraternidade, Shuda-Dharma-Mandalam (para o Oriente), mas hoje com
outro nome ocidental, já revelado em nosso estudo dedicado a Paracelso (Dou uma dica aqui, uma vez que este artigo
sobre Paracelso não consta nesta página. O lema de tal ordem, herdeira do culto
de Melqui-Tsedek, tem por lema o mesmo sentido dado por Cristo na parábola do
semeador).
Como se sabe, as Leis
que regulam semelhante Organização, foram codificadas pelo Manú Vaisvávata. E
delas, por sua vez, saíram as menores que regulam a própria vida humana.
Chamem-nas de “Mandamentos da Lei de Deus”, os que preferem, apenas, o espirito
religioso, no sentido puramente dogmático. Mas o fato é que, serviram de
fundamento aos Códigos que regem todos os povos da Terra. Por isso que, a
figura da Justiça - mesmo que terrena - traz os olhos vendados (ocultos,
secretos) e uma espada servindo, ao mesmo tempo, de Balança. É aquela, ainda,
que traz na mão, o Arcanjo Mikael, “onde são pesados os bons ou maus atos da
própria Humanidade...” Dura lex, sed lex.
Manú, Rei do Mundo,
Planetário da Ronda, etc., são uma só e mesma Coisa.
De tão excelso Tronco
saem outros Manús, maiores e menores, na razão de raças-mães, sub-raças, ramos
e famílias, etc. À medida que a Humanidade vai alcançando as várias etapas de
sua Evolução terrena, tais Regras são modificadas pelo referido Manú, pouco
importa quem, ou de que maneira esteja Ele manifestado, se o fenômeno é tão
transcendente, que não pode ser revelado.
Reconhecimento entre os Adeptos
Pelo pouco que foi dito anteriormente, logo se depreende
da razão de se denominar a tais Seres, de que se compõe a “Excelsa Fraternidade
Branca”, por outro nome, Culto de Melqui-Tsedek, etc., de “Adeptos da Boa Lei”.
Existem diversas maneiras dos mesmos se reconhecerem, em qualquer parte do
Globo onde se achem: “palavras de passe”, ou mesmo, as credenciais de cada uma
das Sete Linhas ou “raios” a que pertençam. Assunto que não pode ser tratado no
mundo profano, no entanto, ocasionou enormíssima confusão no espirito da
maioria dos membros da The Theosophical Society, devido aos escritos, nesse
sentido, de sua ex-Presidente, a Sra. Besant e do bispo Leadbeater; alem do
mais, por não estarem autorizados a fazer semelhante revelação. Razão de alguns
representantes dessa mesma ““ - como é tambem reconhecida - virem de publico
lançar o seu protesto, dentre eles, R. Vasudeva Row, vakil do alto do tribunal
de Madras, etc. E semelhante erro contrário às referidas leis ou Regras,
deriva, alem do mais, da eterna mania de só se reconhecer Seres Superiores “lá
para as bandas do oriente”, por ignorarem que o mesmo, desde 1924 se não um
pouco antes, já haviam se fundido no Ocidente, de acordo com as mais antigas
profecias, a começar por aquela da “Serra de Sintra” em Portugal.
A Fraternal Ceia ou Comunhão em que vivem os preclaros
Membros da Excelsa Fraternidade, que do ponto de vista mental, quer do
espiritual, ou sejam, esses felizes instantes que convivem juntos, em qualquer
parte do globo, para onde os conduza, a sua própria missão... Daí, nasceu a
chamada ceia do Senhor, levada a efeito entre Jeoshua Ben Pandira (“o filho do
Homem”) e seus apóstolos ou discípulos. Era a comunhão reservada aos maiores
pontífices em todos os Mistérios Antigos. Logo que um Adepto, um Ser qualquer
de categoria mais ou menos elevada, ia visitar o Dalai-Lama, este dividia ao
meio o pão, lançando-lhe a sua Benção, e ambos comiam a parte que lhes era
reservada. Tal ritual, alem dos seus sentidos cabalísticos, abrange ainda, o do
androginismo perfeito (um pão dividido em dois, como aconteceu no começo das
coisas...) Em seguida, dois copos contendo o mais precioso vinho, ou licor, que,
depois de abençoados, cada qual se servia do seu. Não é isso uma espécie de
Eucaristia, na razão do “este é meu corpo, comei-o; este é meu sangue, bebei-o”?
Uma reminiscência, ainda, da “Taça do Santo Graal”. Adendo: as lendas do
mosteiro de Solovetz, ao tratar dos personagens do Antigo Testamento, mencionam
o “cálice do Rei Salomão” (Salem-Omar, Salo-Omar, etc): “Grande é o cálice de
Salomão, feito de uma só pedra preciosa. No cálice existem três versos gravados
em caracteres sumérios, que ninguém pode explicar”. Com certeza, são os mesmos
a que se refere o famoso Livro de Kiu-té, no capítulo XXXV, que aqui aparecem
pela primeira vez ao mundo profano: “Tantas vezes beberei neste cálice, quantas
o mundo exigir a minha presença, como “espírito de Luz e de Justiça”
Por mais veladas que sejam tais palavras, são claríssimas
para os que já possuam a mente iluminada. Queira o leitor dedicar-se a meditar
sobre elas... e grandes coisas acabará por descobrir... No referido livro, só
conhecido dos Adeptos, também existe uma outra passagem, onde se compara o “Cálice
com a Balança”, embora mais longa do que o primeiro versículo: “Dois pesos
desiguais para duas medidas iguais... Assim está separado o meu corpo, nas
conchas da Balança, Até que as mesmas se fundam Naquele Cálice onde tenho
bebido do sangue que é mais dele do que meu! Até lá, outros O sorverão por Mim!”
Muito mais difícil que o primeiro, para ser desvendado; no entanto, daremos
aqui uma pequena insinuação: Balança não é o signo de Vênus? E não se fala num “Cálice
ou Taça de Shukra”, na razão do mesmo planeta, pois que, o de Shoma é
representado pela Lua? Fica o restante para ser desvendado pelo leitor.
REFERÊNCIAS:
SOUZA, Henrique José de Souza. Revista
Dhâranâ nº 110. Cagliostro e São Germano. Outubro a Dezembro de 1941 – Ano XVI.
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