segunda-feira, 31 de março de 2014

A IGREJA OCULTA





Texto A Igreja de Melquisedec, do Prof. Henrique José de Souza, com comentários de Anônimo (em itálico).


Há uma antiga tradição que afirma a existência, no mundo, de uma Igreja Secreta, que torna a ligar (religo, religare, religio, religione ou religião) o homem à Deus, sem necessidade de sacerdócio nem outro qualquer intermediário. Todo ser iluminado, diretamente ou por iniciação, desde que esteja de posse de certos mistérios, faz parte do Culto, que tem o nome velado de Igreja de Melki-Tsedek. Tal culto sempre existiu, por ser o da mais preciosa de todas as religiões, ou seja: a da Fraternidade Universal da Humanidade.

A sua origem procede dos meados da 3ª Raça Mãe, pouco importa seu nome naquela época, se com o decorrer dos tempos, recebe o de Sudha-Dharma-Mandalam, na antiga Aryavartha - nossa mãe Índia - mas, para todos os efeitos, Excelsa Fraternidade, quer na razão de sua própria existência - por ser composta dos Verdadeiros Guias ou Instrutores espirituais da Humanidade - quer pela sua vitória sobre o que ser concebe como Mal, na Terra, se ao lado do Planetário (a Força Cósmica...dirigente do nosso Globo, em forma humana, à parte opiniões contrárias) - após a tremenda queda que teve lugar na decadência atlante...de que tanto nos temos ocupado, embora que, de modo velado - tiveram, os seus primeiros componentes, de combater contra as referidas “forças do mal”, sem falar na sua própria transformação de Homens vulgares em semideuses.

Por isso que, tal Fraternidade, ou “Culto Universal” - que a bem dizer, é o do Amor, da Verdade e da Justiça entre todos os seres da Terra - se compõe de 7 linhas, cada uma delas com o respectivo Raio, na razão dos próprios Astros ou Planetas. Donde, seus Chefes, Reis ou Guias, Seres tão elevados, que bem se podem comparar aos mesmos Dhyans-Chohans ou “Espíritos Planetários”. Na Índia, o termo Maha-Chohan é dado aos mais elevados entre tais Seres, enquanto outrora, no Egito, recebiam o nome de Ptahmer. São os mesmos “Goros do Rei do Mundo”, nas escrituras transhimalaias.

Como Guias, ou Instrutores dos Homens - pouco importa, se para muitos, de modo invisível - não podiam deixar de possuir “Regras Especiais”, se Eles, por sua vez, alem de guiados por Aqueles Sete referidos Seres, o são ainda por Outro mais elevado, que se firma por trás de tudo isso, em forma Ternária. Seu Santuário, digamos assim, é Aquele mesmo APTA, creche, manjedoura, presépio, lugar onde o Sol nasce, e quantos nomes o mesmo possui, desde os memoráveis tempos da Atlântida, se era ali representado como “8a cidade”... Razão de ser considerado, tal Ser, ao mesmo tempo, Uno e Trino, como “Rei dos Reis”.

Os mesmos gnósticos reconheciam o numero 888 - ou 8 vezes o misterioso 111 - como “Número Crístico”, embora que o resto seja proibido revelar.

O mesmo René Guénon, em sua obra Le Roi du Monde - pois que teve como Gurú ou Mestre, famoso rabino...- diz o seguinte, a respeito de tão excelsa Organização:

“O chefe de uma tal organização, é o próprio Manú, que poderá legitimamente possuir ou encarregar a outro, esse seu titulo e demais atribuições”. E ainda: “pelo grau de Consciência que atingiu para exercer semelhante função, identifica-se, realmente, ao Princípio que o obrigou a tomar expressão humana. E diante da qual, sua individualidade desaparece” (o grifo é do autor).

Não vamos comentar semelhantes palavras, por ser isso proibido... Serviram elas, apenas para exprimir toda a verdade que paira sobre tamanho Mistério - de confronto, a tudo quanto dissemos anteriormente a respeito dessa mais do que sublime Organização, que tanto se pode chamar como já foi dito de Culto de Melqui-Tsedek, como de Excelsa Fraternidade, Shuda-Dharma-Mandalam (para o Oriente), mas hoje com outro nome ocidental, já revelado em nosso estudo dedicado a Paracelso (Dou uma dica aqui, uma vez que este artigo sobre Paracelso não consta nesta página. O lema de tal ordem, herdeira do culto de Melqui-Tsedek, tem por lema o mesmo sentido dado por Cristo na parábola do semeador).

Como se sabe, as Leis que regulam semelhante Organização, foram codificadas pelo Manú Vaisvávata. E delas, por sua vez, saíram as menores que regulam a própria vida humana. Chamem-nas de “Mandamentos da Lei de Deus”, os que preferem, apenas, o espirito religioso, no sentido puramente dogmático. Mas o fato é que, serviram de fundamento aos Códigos que regem todos os povos da Terra. Por isso que, a figura da Justiça - mesmo que terrena - traz os olhos vendados (ocultos, secretos) e uma espada servindo, ao mesmo tempo, de Balança. É aquela, ainda, que traz na mão, o Arcanjo Mikael, “onde são pesados os bons ou maus atos da própria Humanidade...” Dura lex, sed lex. 

Manú, Rei do Mundo, Planetário da Ronda, etc., são uma só e mesma Coisa.

De tão excelso Tronco saem outros Manús, maiores e menores, na razão de raças-mães, sub-raças, ramos e famílias, etc. À medida que a Humanidade vai alcançando as várias etapas de sua Evolução terrena, tais Regras são modificadas pelo referido Manú, pouco importa quem, ou de que maneira esteja Ele manifestado, se o fenômeno é tão transcendente, que não pode ser revelado.


Reconhecimento entre os Adeptos

Pelo pouco que foi dito anteriormente, logo se depreende da razão de se denominar a tais Seres, de que se compõe a “Excelsa Fraternidade Branca”, por outro nome, Culto de Melqui-Tsedek, etc., de “Adeptos da Boa Lei”. Existem diversas maneiras dos mesmos se reconhecerem, em qualquer parte do Globo onde se achem: “palavras de passe”, ou mesmo, as credenciais de cada uma das Sete Linhas ou “raios” a que pertençam. Assunto que não pode ser tratado no mundo profano, no entanto, ocasionou enormíssima confusão no espirito da maioria dos membros da The Theosophical Society, devido aos escritos, nesse sentido, de sua ex-Presidente, a Sra. Besant e do bispo Leadbeater; alem do mais, por não estarem autorizados a fazer semelhante revelação. Razão de alguns representantes dessa mesma ““ - como é tambem reconhecida - virem de publico lançar o seu protesto, dentre eles, R. Vasudeva Row, vakil do alto do tribunal de Madras, etc. E semelhante erro contrário às referidas leis ou Regras, deriva, alem do mais, da eterna mania de só se reconhecer Seres Superiores “lá para as bandas do oriente”, por ignorarem que o mesmo, desde 1924 se não um pouco antes, já haviam se fundido no Ocidente, de acordo com as mais antigas profecias, a começar por aquela da “Serra de Sintra” em Portugal.

A Fraternal Ceia ou Comunhão em que vivem os preclaros Membros da Excelsa Fraternidade, que do ponto de vista mental, quer do espiritual, ou sejam, esses felizes instantes que convivem juntos, em qualquer parte do globo, para onde os conduza, a sua própria missão... Daí, nasceu a chamada ceia do Senhor, levada a efeito entre Jeoshua Ben Pandira (“o filho do Homem”) e seus apóstolos ou discípulos. Era a comunhão reservada aos maiores pontífices em todos os Mistérios Antigos. Logo que um Adepto, um Ser qualquer de categoria mais ou menos elevada, ia visitar o Dalai-Lama, este dividia ao meio o pão, lançando-lhe a sua Benção, e ambos comiam a parte que lhes era reservada. Tal ritual, alem dos seus sentidos cabalísticos, abrange ainda, o do androginismo perfeito (um pão dividido em dois, como aconteceu no começo das coisas...) Em seguida, dois copos contendo o mais precioso vinho, ou licor, que, depois de abençoados, cada qual se servia do seu. Não é isso uma espécie de Eucaristia, na razão do “este é meu corpo, comei-o; este é meu sangue, bebei-o”? Uma reminiscência, ainda, da “Taça do Santo Graal”. Adendo: as lendas do mosteiro de Solovetz, ao tratar dos personagens do Antigo Testamento, mencionam o “cálice do Rei Salomão” (Salem-Omar, Salo-Omar, etc): “Grande é o cálice de Salomão, feito de uma só pedra preciosa. No cálice existem três versos gravados em caracteres sumérios, que ninguém pode explicar”. Com certeza, são os mesmos a que se refere o famoso Livro de Kiu-té, no capítulo XXXV, que aqui aparecem pela primeira vez ao mundo profano: “Tantas vezes beberei neste cálice, quantas o mundo exigir a minha presença, como “espírito de Luz e de Justiça”

Por mais veladas que sejam tais palavras, são claríssimas para os que já possuam a mente iluminada. Queira o leitor dedicar-se a meditar sobre elas... e grandes coisas acabará por descobrir... No referido livro, só conhecido dos Adeptos, também existe uma outra passagem, onde se compara o “Cálice com a Balança”, embora mais longa do que o primeiro versículo: “Dois pesos desiguais para duas medidas iguais... Assim está separado o meu corpo, nas conchas da Balança, Até que as mesmas se fundam Naquele Cálice onde tenho bebido do sangue que é mais dele do que meu! Até lá, outros O sorverão por Mim!” Muito mais difícil que o primeiro, para ser desvendado; no entanto, daremos aqui uma pequena insinuação: Balança não é o signo de Vênus? E não se fala num “Cálice ou Taça de Shukra”, na razão do mesmo planeta, pois que, o de Shoma é representado pela Lua? Fica o restante para ser desvendado pelo leitor.


REFERÊNCIAS:

SOUZA, Henrique José de Souza. Revista Dhâranâ nº 110. Cagliostro e São Germano. Outubro a Dezembro de 1941 – Ano XVI.

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