O
foco desse artigo é o debate de gênero, com possibilidades conciliatórias entre
os Estudos de Gênero e a Psicologia Analítica. Utilizamos como campo o Sagrado
Feminino e suas tensões conceituais sobre o ser mulher diante de algumas
propostas feministas, já que os círculos sagrados de mulheres se apoiam na
perspectiva dos arquétipos, animus e anima e têm utilizado tais conceitos de
modo a reforçar o aspecto essencialista sobre o feminino. Embora as concepções
iniciais de Jung sobre o tema reflitam sua época, uma leitura atenta de sua
obra e de pós-junguianxs leva-nos à compreensão de que sua proposta carrega uma
subversão das polaridades de gênero. Com a teoria de integração de polaridades
e o politeísmo psíquico, os conceitos de animus e anima ganham uma perspectiva
que foge ao dualismo binário e caminha para a androginia e não-binariedade de
gênero.
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