sábado, 2 de novembro de 2013

BRASIL: AME, CURTA OU COMPARTILHE







Por João Florindo B. Segundo


Em junho deste ano, milhares de pessoas em todo o Brasil foram às ruas protestar. Contra o quê? Num pedaço de papelão, uma jovem exibiu os dizeres que respondem à pergunta: “É tanta coisa errada que não cabe num cartaz.”

Tudo começou com o “Movimento Passe Livre” protestando contra o aumento das passagens de ônibus; depois, vieram as queixas pelos gastos exorbitantes com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo (que será mais cara que as três anteriores juntas). Em seguida, índios, idosos, homossexuais, anarquistas, integralistas e público em geral surgiram, cobrando direitos. Houve quem protestou apenas via redes sociais, o que é importante, mas insuficiente, pois a postagem de hoje, amanhã estará oculta no fim da barra de rolagem.

Pela miscelânea de protestantes, as manifestações não tinham um foco específico, nem líderes (ao menos conhecidos); e os partidos políticos em sua maioria foram banidos das passeatas. Impensável anos atrás ver o povo contra o partido que ora detém a Presidência da República, uma vez que esse chegou ao poder com o apoio das massas nas ruas: será que a prática atual não se coaduna mais com o discurso do passado?

Por outro lado, as visíveis conquistas sociais dos últimos anos refletem nos protestos: não era uma massa faminta pedindo pão e trabalho, mas pessoas dos mais diversos níveis sociais em busca de reformas políticas, o que demonstra um relativo equilíbrio econômico.

Com o recuo dos municípios quanto aos aumentos das passagens e a descoordenada proposta presidencial de um plebiscito, ficou claro que o povo ainda possui o desejo de exigir mudanças, porém sem o foco e a persistência do movimento estudantil que enfrentou o regime militar. Tanto é que logo a “primavera” brasileira caiu no esquecimento; afinal, ganhamos a Copa das Confederações e a Paraíba se encantou com a volta olímpica de Hulk envolto na bandeira do “sublime torrão”.

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