Por J. R. R. Tolkien
Há certas coisas e temas, é
claro, que me comovem especialmente. As inter-relações entre o “nobre” e o
“simples” (ou comum, vulgar), por exemplo. O enobrecimento do ignóbil considero
especialmente comovente. Sou (obviamente) muito apaixonado pelas plantas e,
acima de tudo, pelas árvores, e sempre fui; e considero os maus-tratos humanos
para com elas tão difíceis de se tolerar quanto alguns consideram o maltrato de
animais.
Carta 165.
Em todas as minhas obras,
tomo o lado das árvores contra todos seus inimigos. Lothlórien é bela porque lá
as árvores eram amadas; nos outros lugares as florestas são representadas como
que despertando para a consciência delas mesmas. A Floresta Velha era hostil a
criaturas de duas pernas por causa de sua lembrança de muitos ferimentos. A Floresta
de Fangorn era antiga e bela mas, na época da história, tensa de hostilidade
porque estava ameaçada por um inimigo amante das máquinas. A Floresta das
Trevas tinha caído no domínio de um Poder que odiava todos os seres vivos, mas
foi restaurada à beleza e tornou-se a Grande Floresta Verde antes do final da
história.
Carta 339.
Sou de fato um Hobbit (em
tudo, exceto no tamanho). Gosto de jardins, de árvores e de terras aráveis
não-mecanizadas; fumo um cachimbo e gosto de uma boa comida simples (não-refrigerada),
mas detesto a culinária francesa; gosto de, e ainda ouso vestir nestes dias sem
brilho, coletes ornamentais.
Carta 213.
Cada árvore possui seu
inimigo, poucas possuem um defensor. (Com muita freqüência o ódio é irracional,
um medo de qualquer coisa grande e viva e não facilmente domada ou destruída,
embora esse ódio possa revestir-se de termos pseudo-racionais.)
Carta 241.
REFERÊNCIA
CARPENTER,
Humphrey. As Cartas de J. R. R. Tolkien. Gabriel Oliva Brum (trad.). Curitiba:
Arte e Letra, 2006.
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